Desde que deixou o cargo de prefeito de Canelinha, Antônio da Silva (PP), o Tonho, tem se ocupado em responder por denúncias formuladas pelo Ministério Público de Santa Catarina. Na última decisão, a juíza Iolanda Volkmann, da Vara da Fazenda de Brusque, determinou o bloqueio de bens, no valor de R$ 250 mil, do ex-secretário regional de Brusque, Jones Bosio, e do ex-prefeito de Canelinha, Antônio da Silva, entre outras pessoas.
Tonho e Bosio são acusados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) de terem atuado para fraudar licitações realizadas em 2014, para realização do Campeonato Nacional de Motocross, em Canelinha, em 2014, no valor de R$ 300 mil. Há ainda uma acusação de que parte dos recursos foi desviado. Também são atingidos pela decisão Carlos Arnoldo Queluz, Rosenildo Amorim, funcionários públicos à época dos fatos; e Walney Agílio Raimondi e Vendelino Raimondi, empresários.
Gravações complicam ainda mais a vida do ex-prefeito da Terra das Cerâmicas. As gravações feitas por empresários, mostram o ex-prefeito afirmando, segundo o processo, que os R$ 150 mil foram divididos entre várias pessoas. “Eu vou ser bem aberto gente, o Jones, para passar o R$ 300 mil pediu R$ 50 mil, o resto, claro, seu Vendelino descontou o 20 e poucos por cento da nota dele, porque ele também não iria dar nota de graça, pagou ICMS, ISS, pagou tudo da empresa dele, e o Rosenildo só descontou o 5 por cento da nota dele”, diz, segundo o processo.
De acordo com o Jornal O Município de Brusque, ação tem como base inquérito civil finalizado em agosto pelo MP-SC, no qual se investigava suspeita de fraude no repasse de recursos da Secretaria de Turismo estadual, à época comandada por Felipe Mello, filho do deputado federal Jorginho Mello, via Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), hoje ADR, para o campeonato de motocross.
O governo estadual teria repassado R$ 300 mil para que a SDR licitasse serviços para o campeonato. Foram feitas três licitações, na modalidade convite, para contratar serviços de segurança e limpeza; organização do evento; e terraplanagem. Segundo o Ministério Público, as licitações foram fracionadas irregularmente pela SDR, mesmo com parecer jurídico contrário da assessoria técnica. Duas delas foram fraudadas, já que se identificou falsificação das assinaturas dos donos das empresas participantes.
Representantes da Federação Catarinense de Motociclismo, organizadora do evento, disseram jamais ter recebido os R$ 300 mil. Informaram o recebimento de R$ 150 mil, de forma fracionada, somente após a realização do evento, que foi bancado com recursos próprios e de patrocinadores. O destino dos outros R$ 150 mil não foi comprovado e, para o MP, foram desviados pelos réus.
Diante das gravações, o ex-prefeito Antônio da Silva foi chamado a se manifestar, e declarou que o teor da gravação ambiental é falso. Rosenildo Amorim garantiu que a empresa na qual trabalhava como secretário executivo de fato não fez os serviços, mas repassou os recursos integralmente. Carlos Queluz prestou depoimento várias vezes e negou ter existido qualquer tipo de fraude.