Ainda vamos beber do Rio Tijucas

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A previsão é novelesca, ou dramática: cedo ou tarde os municípios do Vale do Rio Tijucas terão que retirar água do rio que corta a região, tratar para que não falte nas torneiras. Parece irreal, mas é fato. E o primeiro movimento já foi feito por Tijucas que investe em um sistema alternativo de retirada da água do rio para ser usada em casos de emergência.

Primeiras semanas de 2017 revelaram problemas de fornecimento de água em três cidades. Tijucas, São João Batista e Canelinha se viram com as torneiras secas, reclamações de moradores e tentativa de dar resposta aos problemas. O de São João Batista foi mais simples e já resolvido. Entupimento na captação impediu que o líquido chegasse ao reservatório.

rio tijucasEm Canelinha a situação é delicada. Bairro Cobre é a principal área afetada, e nos últimos anos o Semais não conseguir solucionar. Instalou booster, e mesmo assim as famílias seguem tendo que conviver com a falta de água. E não era. Água que abastece o município vem de duas fontes localizadas no Papagaios e no Rolador. A prioridade de investimentos é o que impediu uma solução definitiva.

Semais focou esforços em pavimentações, iluminação pública ao invés de primeiro cuidar da água. Foi na contramão do que fez e faz São João Batista. O foco principal da empresa teria que ser de garantir o tratamento, armazenamento e distribuição. Construção do novo reservatório, por exemplo, vem sendo apontado como prioridade há muito tempo. Mas o dinheiro recolhido dos consumidores escoou por outros ralos.

Na Capital Catarinense do Calçado foram investidos em adutoras suficientes para trazer água até a estação de tratamento. Rede modernizada e agora um novo reservatório que promete garantir fornecimento para uma população de até 50 mil pessoas. A estrutura está pronta e depende de um pequeno equipamento, que custa em torno de R$ 100 mil, para que entre em funcionamento.

Esforços que trazem tranquilidade momentânea. Já em 2005 após a municipalização da água em São João, a profecia dos especialistas apontavam que cedo ou tarde o volume da água na captação vai reduzir, forçando o município a buscar alternativas. Solução que corta nossas cidades. O Rio Tijucas será a tábua de salvação. Está sendo visto assim por cidades como Porto Belo e Itapema, que tem projeto de bombear o líquido do nosso Rio. O Norte da Capital Catarinense também poderá receber água daqui. Projetos estão em estágio avançado.

Vamos beber do Rio Tijucas, mas neste momento, o importante é que a população tenha consciência da necessidade de economizar. Usar o suficiente e evitar o desperdício. Outro fator a ser levado em conta: saneamento básico em São João Batista e Tijucas vai reduzir a carga de esgoto no rio, mas a população também precisa fazer sua parte. Não é mais aceitável que dejetos sigam sendo despejado nesse que um dia vai fornecer água para nossas casas.

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