Se quisesse se filiar ao PMDB o prefeito de São João Batista teria até dois de outubro para assinar a ficha de filiação. É a data limite para mudança de partido, pra quem pretende disputar eleição em 2016. Essa possibilidade é remota e Daniel Cândido trabalha para inflar o PSD, a fim de diminuir a dependência e o poder de influência dos emedebistas.
Uma maratona de novas filiações está em andamento e o próprio Cândido tem procurado lideranças locais para assinar a ficha pessedista. Filiados ao PMDB também estão sendo assediados. O enfraquecimento do partido que hoje dá sustentação ao Governo, é alternativa para driblar as disputas internas e as divergências de parte das lideranças partidárias com o prefeito.
Laudir Kammer, o Alemão, a principal liderança do PMDB, está atritado com Cândido. É também com um PSD forte que Daniel pretende gerir um segundo suposto segundo mandato. Não ficaria suscetível a instabilidade dos emedebistas e poderia dar as cartas com mais tranquilidade. A própria montagem de uma estrutura de governo ficaria em suas mãos.
As investidas na desconstrução do PMDB se dão nos bastidores e sem ruídos, para evitar embates antecipados. Para bancar uma ruptura, Daniel precisa garantir que seu próprio partido tenha condições de carregar uma eleição nas costas. O fortalecimento do PSD significa redução do poder do PMDB. É bom para Daniel Cândido, péssimo para os emedebistas.
Não é, entretanto algo impensado. O isolamento de lideranças de um dos principais partidos de São João Batista iniciou em 2013, estrategicamente pensando em 2016. Foi assim com o escanteio dado a Jair Sebastião Nonga de Amorim. Também na ruptura com o empresário Alemão e nomeação de secretários e diretores sem identidade com o grupo de venceu as eleições.
Pode ser considerada também uma mudança substancial na forma que transcorre a política em São João Batista. Um terceiro partido forte no município é positivo. Reduz a polaridade histórica entre PMDB e PP, colocando novos protagonistas no pleito. Os movimentos com vistas em 2016 estão acelerando, e quem melhor se organizar fica com a vantagem. O PSD, ao menos nas filiações, vai de vento em popa.