Daniel Cândido (PSD) está legitimado a mais um mandato, a partir de janeiro de 2017. Como ele mesmo afirmou em entrevista a Super FM na sexta-feira (09), agora com mais legitimidade já que cada voto que recebeu foi por seu esforço. A democracia é assim. E a cidadania manda desarmar os espíritos e torcer para que Cândido vá bem e, por tabela, São João Batista também.
Na diplomação realizada na sexta, no Centro Cultural, o prefeito eleito levantou o lenço branco. Pregou paz na política batistense. É simbólico, e se não ficar na retórica um passo importante para o amadurecimento político da cidade. A oposição deveria observar esses movimentos e buscar a reconstrução. Não adianta ficar no palanque. Guardar cólera. Muito menos se apequenar azarando o governo pessedista.
O lenço branco que tremulou nas mãos de Cândido, não representa só o fim do processo eleitoral, marcado pela diplomação. É sinal para que oposição vire o disco. Precisa encontrar novas formas de diálogos com a sociedade, que passe além da burocracia dos processos, ou dos discursos ‘apimentados’ na Câmara. Se os gritos no Legislativo encontram guarida na base apaixonada, afugenta o eleitor que quer uma nova prática.
Daniel não continuará sendo o prefeito dos seus eleitores apenas. Daniel é, queira ou não a oposição, o prefeito de todos os batistenses. Evidente que é legitimo fazer oposição ao seu novo governo. Cobrar tudo que foi prometido durante a campanha – e até aquilo que, mesmo fora do cardápio, se fizer necessário à comunidade. Evidente, desde que haja condições de se fazer. Mas oposição por oposição, não.
O que não ensina a teoria, a prática é avassaladora em desenhar. Com a derrota eleitoral em 2012 e agora em 2016, para os oposicionistas surge à necessidade da reinvenção. Teimosia no erro seria destruir por completo sua própria história. Passa por ai mudança de rumos. Leitura que Daniel fez, e por isso saiu vitorioso das urnas, é o exemplo. Daqui por diante, São João terá um governo eleito democraticamente, com maioria na Câmara e com uma oposição buscando seu caminho. O lenço branco, no entanto, tem que ser pela cidade.
Cândido mostrou amadurecimento político com o discurso na sexta pedindo paz na política. Mas, é uma mão dupla. Se do discurso a prática foi efetiva, novos tempos se aproximam. O pós-eleição pode revelar muito mais de um político do que o período eleitoral. Se alguns não sabem perder, outros tão pouco sabem ganhar. Foi um primeiro passo dado por Daniel. Será efetivo? O tempo dirá.
Por outro lado…
Enquanto Daniel Cândido estendia o lenço branco, por falta de uma bandeira como ele mesmo frisou, o prefeito Vilmar Machado (PP) que assumiu em setembro para um mandato de quatro meses, deixou de apertar a mão do vereador eleito Leôncio Cipriani (PMDB). Pela postura recebeu uma vaia.
Sintomático, porque é exatamente esse tipo de postura que deve ser revista. Os anos de ‘colas-brancas e pretas’, que se engalfinham por qualquer motivo, fazendo o respeito institucional se deteriorar, deveriam ficar no palanque. Lá é local para isso. Nas atribuições do cargo, representam a população em geral.
Daniel não será prefeito só dos 9.509 eleitores batistenses. Será também dos 7.992 do candidato Aderbal Manoel dos Santos (PP). Será prefeito da cidade. Leôncio não será representante somente dos que apertaram seu número nas urnas. Será meu vereador também. A construção do diálogo entre todos e incluindo a divergência, é o que tem feito novos políticos alcançarem sucesso nas urnas. Vai à lição à oposição. O pedido de união e do fim das agressões eleitorais vem a calhar.
É urgente virar o disco.