Já diz o velho ditado no meio político: o vitorioso não é apenas quem vence nas urnas, mas quem sai da eleição maior do que entrou. O PMDB de São João Batista resolveu jogar a toalha, se dobrar a política de cargos e enterrar sua própria história. Elegeu nesta quinta-feira (15), sua nova executiva com sinais claros que não será mais o mesmo. Ficará ao menos 16 anos sem comandar o município.
Sepultada a possibilidade de ter candidato próprio para concorrer na eleição do ano que vem, terá que se contentar com a indicação de vice. E claro, os cargos do primeiro e segundo escalão. E até neste ponto, o partidão está apostando alto, mas pode não levar. Da nova executiva, maior parte dos cargos foram ocupados por funcionários de Daniel Cândido (PSD). Assim, manipuláveis, transformam a sigla em mero objeto de conveniência. Vai pregar placa e entregar ‘santinho’.
É espaço dado para o PSD crescer. Da nova executiva, Rosane Sartori Rosa é secretária de Educação. Os demais também: Milson Silva, intendente de Tigipió; Jeyson Puel presta assessoria jurídica para Prefeitura, Éder Vargas, o ex-presidente é vereador e noivo da secretária de Assistência Social, Janifer Otto. Sem o protagonismo de Laudir Kammer, o Alemão, que está as avessas com o partido, o jacaré pode virar bolsa.
Ao se apresentar humildemente como partido de segundo plano, terá dificuldades inclusive de negociação. Não esta nem ao menos fazendo o jogo político, de ser alternativa, para no fim das cotas ter resultado mais positivo na mesa de discussão. Membros do partido já dizem abertamente que vão indicar o vice.
Como cargo figurativo, mais do que o vice, os emedebistas terão que eleger uma boa bancada para a Câmara de Vereadores sob risco de reduzir ainda mais sua expressão. E a pulverização de novos partidos em São João Batista indicam que não devem eleger mais que dois nomes para o Legislativo. Confirmado isso, seria o aceleramento da implosão da sigla. Não há necessidade de ser expert em política para compreender outras nuances desse delicado jogo.
Haverão repercussões com Daniel reeleito ou não. Se vencer a disputa em 2016, Cândido terá força suficiente para fazer o que quiser com o partido, inclusive negar nomeações de cargos. Neste mandato ficou suscetível as vontades do partidão. Num possível segundo mandato poderia fazer o seu próprio governo. Terá a tranquilidade de fazer o que bem entender.
No entanto, se vencer a eleição, o mérito será de Daniel, se perder a culpa será do PMDB. Ao isolar antigas lideranças históricas, e trazer para si o peso de filiados que haviam abandonado o partido para compor com o PP em eleições passadas, emedebistas se colocam propositalmente na corda banda. Para eleição de 2016, o PMDB vai entrar menor do que saiu da disputa de 2012. Fizeram escolhas que podem custar a própria sobrevivência do que já foi um dos maiores e mais importante partido de São João Batista.