Dá para sentir muito. Esse muito não será nada próximo a dor de uma mãe, que vê seu filho conectado a aparelhos e o perde de forma trágica. Dá para lamentar, mas só quem sabe o que é ter o coração arrancado violentamente, é que sabe a dor e o sofrimento de Josiani Borginhon Silveira. Beira a impossibilidade tentar se colocar no lugar dela. É dor que não cabe em palavras, lágrimas que o tempo não seca.
Matheus não foi vítima da eventualidade ou do destino. Foi um crime que colocou ele nesta situação. Não é acidente quando alguém usa veículo como arma, e alcoolizado, assume a tragédia que pode provocar. Enquanto é velado e sepultado, o motorista sai pela porta da frente da Delegacia. É dor que não se explica. É a estupidez humana.
A comoção por Matheus é coletiva. Os gritos por justiça também. Não há como tolerar, nem por um segundo, que o atropelamento entre apenas para estatísticas. Não foi o trânsito que provocou os ferimentos, foi a decisão consciente do motorista, que bebeu e foi para as ruas. Qualquer um de nós poderia e pode se tornar Matheus.
É um crime que precisa de respostas. E punição. Por Matheus, pela mãe, família e amigos. Por gente que respeita quem circula pelas vias. Podemos imaginar a dor, mas é dilacerante para mãe. Mostra o quanto estamos vulneráveis, em todos os lugares. Só com rigidez e punição adequada é que vamos coibir a repetição desses crimes de trânsito.
Matheus estava na igreja, ia para casa e foi a vítima da vez. E o motorista? Solto, está livre para curtir a vida, beber novamente e daqui a pouco estar atrás de um volante nas ruas. Unimo-nos a mãe Josiani. Soframos juntos, mas elevemos nossas vozes em pedir que crimes como esse não se repitam. E que todos os anjos se unam para aplacar o sofrimento de Josi e da família.