Menos de um mês de mandato e vereadores já mostraram qual será o tom para os próximos anos. Mal saímos de uma campanha eleitoral, e ela parece já estar nas ruas novamente. Para os mais atentos não passou ilesa a postura adotada pela bancada de sustentação do governo municipal. Abandonaram a presidente Rúbia Tamanini (PSD) em meio ao fogo cruzado com os professores.
Foi uma fritura pensada. Ao não se manifestarem sobre o projeto que retirou o segundo professor das creches, saíram do foco e deixaram a pessedista no centro do debate. Nem mesmo o Executivo, autor do projeto, fez uma defesa firme da proposta. Esse foi um dos motivos que levaram as artilharias apontarem para Tamanini.
Na discussão do projeto na sexta-feira (27), todos os vereadores da oposição se manifestaram contra o projeto. Já na base governista composta por PMDB, PR, PSD imperou o silêncio. Sozinha, Rúbia teve que defender sua posição favorável à proposta. Nem mesmo o líder do governo, Leôncio Cipriani (PMDB), se manifestou. Um cálculo político já mirando em 2020.
Tirar lascas de Rúbia reduziria sua força numa eventual escolha para encabeçar uma chapa em 2020. O PMDB não digere essa hipótese, e nesse sentido vai jogar todas as suas cartas. Não fará desconstrução pública da vereadora, mas vai joga-la, vez por outra na cova dos leões e ver o que acontece. Na visão dos emedebistas, em 2020 é Pedroca ou Leôncio de candidato na majoritária.
Nessa briga o próprio prefeito Daniel Cândido (PSD) vai preferir não se envolver, já que depende do PMDB para ter maioria e aprovar seus projetos. Comprovada essa tese, com o insipido apoio que deu a parlamentar. A máquina de comunicação da Prefeitura, que sempre foi usada para defender suas propostas, se calou nas últimas semanas. No fim das contas, Rúbia Tamanini pagou sozinha por uma decisão do governo.
Em conversas nos bastidores, Leôncio Cipriani tem sido categórico que não irá aprovar projetos só porque o governo deseja. Sinal claro de que terá que ponderar suas ações, para construir o projeto próprio do PMDB para a cidade. Por mais que pertença a uma bancada composta por seis vereadores, Tamanini está sozinha. Terá que fazer ginástica para escapar da antecipação de 2020.
Para vencer nesse imbróglio terá que sentar e refletir cada um dos seus passos, e principalmente encontrar mecanismos de se comunicar com efetividade com a população. E não aquela comunicação de campanha. Se ficar esperando bondade, mesmo de sua bancada, não sairá da fritadeira. Em política é cada um por si, na construção de sua base eleitoral. Abandonaram Rúbia no meio da arena, e ficaram assistindo de camarote.
EM TEMPOS:
Faltaram dados ou os vereadores de situação não tinham mesmo interesse em se melar com o assunto dos professores? O debate começou e terminou sem que saibamos o que pensam a respeito. Sou a favor por que sim e contra porque não, é desonrar o voto dado em outubro.
VAI REFLETIR
Sessões extraordinárias de quinta e sexta deve repercutir na primeira sessão ordinária dessa legislatura que está marcada para a quarta-feira (01). E não será coisa boa de se ouvir. Novamente deveremos ver temas pessoais ganhando espaço das discussões públicas. Segue a nova velha política.