O Brusque FC não terá presidente partir de 15 de dezembro, quando se encerra o mandato do atual presidente Danilo Rezini. Na noite de terça-feira, 06, o clube realizou eleições para o Conselho Deliberativo e para a sua respectiva mesa-diretora, mas nenhum candidato deixou seu nome à disposição para a Executiva. Sem nenhuma chapa apresentada, o Brusque passará a não ter uma diretoria oficial a partir de 15 de dezembro, situação preocupante segundo o presidente reeleito do Conselho, Célio Francisco de Camargo. “De certo modo, é um momento delicado, pois temos uma competição à frente e temos que manter o Brusque funcionando. Nos preocupa muito não termos uma chapa para o Executivo, pois o presidente é o carro chefe que está no clube todo dia, que executa e faz o carro andar. O conselho se reúne esporadicamente e não tem função Executiva. Por isso, precisamos urgente encontrar uma diretoria, e o que nos preocupa é que não tem nomes”, diz Camargo.
Conforme o estatuto do Brusque FC, com o fim do mandado de Danilo Rezini, o próprio Camargo, presidente do conselho, fica responsável por assumir de forma momentânea o clube. Ele passa a ser obrigado a convocar novas eleições a cada 30 dias. “A partir do dia 15, se surgiu uma chapa interessada, imediatamente convocarei eleição, respeitando os cinco dias de publicação do edital, senão a cada 30 dias. Temos que encontrar uma diretoria, com presidente, tesoureiro e demais diretores. Este vai ser nosso maior trabalho e onde vamos colocar todo nosso esforço”.
Camargo também comentou sobre a decisão de Danilo Rezini de não concorrer mais ao Executivo. “O Danilo foi um cara vencedor, que ganhou praticamente tudo que ganhou no Brusque, mas ele não consegue mais alcançar o clube e fazer o que ele sempre fez, colocar recursos pessoais para suprir o Brusque. Ninguém consegue mais no futebol moderno fazer isso”, salienta.
Danilo Rezini se sente incapaz devido a questões financeiras
Atual presidente do Brusque, existia a expectativa de que Danilo Rezini voltasse a colocar o nome à disposição, mas o mesmo, num discurso emocionado, alegou “incapacidade em razão da questão financeira” para permanecer no Brusque. Rezini lembrou que esteve à frente do clube durante praticamente os últimos dez anos e todo o desgaste que teve durante o período para colocar o Brusque no patamar atual, com calendário cheio e hoje se fixando como a sexta força do futebol de Santa Catarina. “Agora, precisamos de forças novas, e outro modelo de projeto, algo profissional, como o Brusque merece pelo patamar que alcançou”, ressalta.
O presidente agradeceu a todo o apoio da torcida e dos empresários que há anos apoiam e investem na marca Brusque FC, alguns que inclusive chegaram a dobrar receitas para 2018 para ajudar o clube, mas se diz inoperante, pois os custos operacionais cresceram muito, e a receita não acompanhou. “O futebol hoje é muito caro. Uma equipe competitiva, como está sendo o Brusque nos últimos anos, não sai por menos de R$ 200 mil, só com atletas e comissão técnica, depois tem mais hotel, alimentação, pagamento de dívidas antigas do clube, acordos trabalhistas, funcionários. O contexto é muito alto e a receita que temos acaba sendo menos de 50%”, observa. “O Brusque sempre foi tocado por rifa, bingo, por um presidente corajoso emprestando dinheiro aqui ou ali, mas o hoje em dia o futebol não pode mais ser tocado assim, tem que ser organizado e de nível profissional se quisermos chegar a algum lugar”, completa.
Segundo Rezini, o Brusque hoje precisa de uma gestão compartilhada, com seis ou oito investidores que devem montar uma comissão ou conselho e fazer a gestão do clube, contratando e remunerando profissionais. “Fazer o que requer o futebol atual. Aí acredito que vamos dar este salto na questão administrativa, porque no futebol, mesmo com as dificuldades, estamos conseguindo, graças a Deus. Esperamos que os empresários que apoiam e acreditam no Brusque e sabem da importância do clube para a cidade, possam auxiliar o clube para encontrar um nome para a diretoria que dê continuidade a este trabalho”.