Se olhar bem de perto São João Batista tem personagens e histórias incríveis para serem contadas. Alguns já não estão mais entre nós, mas deixaram legado e estão vivos na memória afetiva da cidade. Abaixo uma lista com 10 nomes que valem a pena conhecer. Teria outra dezena, que fica para uma próxima.
Na seleção tem cinco pessoas que estão conosco, no dia-a-dia, e outras que cinco que já faleceram, mas serão sempre lembrados. Já conhecia a história deles?
Lista:
1 | Bernadina Angeli Fagundes, 107 anos, a dona Dinha, é a idosa mais velha de São João Batista. Viúva mora no bairro Colônia Nova Itália e, é, uma das cidadãs ilustre daquela comunidade. Mãe de três filhos, Maria Fagundes Gonçalves, 73 anos, Terezinha Fagundes, 70, essa que cuida da mãe e moram juntas, e José Santino Fagundes, 67. Força de vontade e trabalho são sinônimos na trajetória de vida da anciã. Mesmo com a idade avançada ela ainda não parou de trabalhar. Junto da filha faz estopas, uma espécie de tecidos sobrepostos e costurados utilizados para limpeza.
2 | Saul Raitz faz parte da história da construção de São João Batista, acompanhando bem perto e por muito tempo. Com seis legislaturas e carregando nos ombros ele abandonou a vida pública em 2016. O pepista foi eleito pela primeira em vez em 1982 para um mandato de cinco anos. Foi reeleito mais duas vezes consecutivas e depois retornou na eleição de 2004. Se reelegeu em 2008 e em 2012.
3 | Era 25 de janeiro de 1963 quando Jair Sebastião de Amorim, 70 anos, o Nonga, aos 13 anos de idade, teve o primeiro dia de trabalho, na sapataria de Getúlio Clemes e Air Reinert dos Santos, no Calçados Márcia. Ele recorda que os três primeiros meses de trabalho foi sem remuneração, para que ele pudesse aprender o ofício. Ficou na sapataria por três anos. Em meados de 1980 também foi membro fundador da Associação da Indústrias de Calçados, hoje Sincasjb, onde foi o primeiro presidente e publicou o estatuto. Foi vereador e prefeito de São João Batista.
4 | Raquel Mazera Poffo, 52 anos, mora no bairro Carmelo de fora, em São João Batista. Na cidade é conhecida pela alegria, colorido, contações de histórias e o trabalho que desenvolve a área de literatura e fortalecimento da história local. Por 28 anos Raquel trabalhou como professora alfabetizadora na Rede Pública Municipal de Ensino e diretora escolar. Contadora de histórias e escritora, tem feito trabalho de resgatar lances da história de São João Batista.
5 | Marli Pera Mazera, 62 anos, é professora aposentada. Há três anos ela está a frente da Lar Olindina Kammer e revela que a cada amanhecer é um novo desafio. Por ser uma entidade sem fins lucrativos, o Lar sobrevive por meio de doações, ações sociais, brechós, pedágios e a taxa de pagamento dos idosos. Além do trabalho como presidente do Lar, Marli também atuou como catequista e amava a profissão de professora, essa no qual lecionava para crianças de séries iniciais, o ensino fundamental.
Batistenses in-memorian
1 | José Edgard de Oliveira, o Padre Edgard, morreu aos 86 anos e foi uma figura carismática e amada em São João Batista. Tinha 58 anos vida presbiteral. Padre José Edgard de Oliveira nasceu no Bairro Cardoso, em São João Batista, em 31 de dezembro de 1929. Seus pais Francisco Joaquim Leonardo de Oliveira e Nila Soares Pereira foram exemplos de religiosidade e fé e essa postura cristã foi cuidadosamente passada a todos os filhos. Em 1943, o jovem Edgard saiu de sua casa para o seminário de Pinheiral dedicando-se daí em diante aos estudos. Em 7 de dezembro de 1958 foi ordenado sacerdote em Azambuja.
2 | Mário Cipriani Filho, o Bola, faleceu em 2016, mas faz parte da história de São João Batista. Era reconhecido pelos muitos amigos e brincadeiras. Foi representante do setor calçadista por muitos anos, e proprietário do Jornal Usina. Estava em todas as festas da cidade. Dono de um acervo gigantesco de fotos e memórias de São João Batista.
3 | Jeter Clemes, o Belega, faleceu em 2016 aos 81 anos, mas pertence a memória afetiva de São João Batista. Quem nunca cruzou com um senhor de cabelos grisalhos, porte físico magro que passava uma falsa impressão de fragilidade, pedalando sua bicicleta fizesse chuva ou sol, vendendo sua rifinha? Esta figura simbólica de São João Batista foi sapateiro, trabalhou na Usati, usina de açúcar, e era apaixonado pelo Fluminense. Apreciador de uma boa prosa vivia conversando com as pessoas pela cidade, sempre de bom humor. Gostava de falar sobre futebol, principalmente dos clássicos entre Comercial e Usati, e comentava um pouquinho sobre politica, mas sempre de forma moderada, não discutia com ninguém e não era de impor sua opinião aos outros, era um boa praça, gente fina. Também gostava de carnaval, e falava muito dos tempos de folião.
4 | Darci de Brito Maurici não é natural de São João Batista, mas não tem como falar do município sem tocar no nome dela. Professora, escritora e autora do hino de São João Batista, faleceu em 2019, e deixou um legado. Foi professora por 25 anos lecionando Língua Portuguesa e Literatura Brasileira. Foi coordenadora do Supletivo e também professora no Curso de Pedagogia da Univali (Tijucas). Participou do projeto Vida Ativa da Unifebe e é voluntaria da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Membro da Academia de Letras do Brasil (cadeira n° 31), da Oficial Academia Tijuquense de Letras (cadeira n° 14 ) e é fundadora da Academia Batistense de Letras (cadeira n° 2).
5 | Pe. Léo é outro forasteiro que não pode ficar de fora de nenhuma lista de figuras ilustres que projetaram o município. Léo Tarcísio Gonçalves Pereira foi fundador da Comunidade Bethânia em São João Batista e publicou 27 livros. Antes de ingressar no seminário foi torneiro mecânico e também trabalhou em uma fábrica de armas em Itajubá (MG). Somente em 1982 entrou no Seminário Dehonista na cidade de Lavras (MG), pertencente à Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Pe. Léo foi ordenado Sacerdote em 1990, atuou na formação de novos religiosos e sacerdotes, também na área da educação e, em 1995, fundou a Comunidade Bethânia em São João Batista.