As principais alterações envolvem o aumento no percentual do valor de entrada em ambas as modalidades de financiamento.
A economista Ana Oliveira, da consultoria “É Da Sua Conta”, sugere que o consumidor deve avaliar cuidadosamente o valor das parcelas do financiamento e os outros gastos mensais, incluindo a construção de uma reserva financeira e um aporte para a aposentadoria. Ela destaca que o banco geralmente aprova parcelas de financiamento que correspondem a até 30% da renda do consumidor, mas é importante considerar outros compromissos financeiros como educação dos filhos, prestações adicionais, IPTU e condomínio.
Existem dois sistemas de amortização para financiamentos imobiliários realizados pela Caixa com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE): o SAC e o Price. No Sistema de Amortização Constante (SAC), o valor das prestações diminui ao longo do tempo, enquanto no sistema Price, as prestações permanecem constantes durante todo o período do financiamento. Com as novas regras, a entrada mínima no sistema Price passa de 30% para 50%, e no sistema SAC, de 20% para 30%.
Ana Oliveira explica que a escolha do sistema de amortização mais vantajoso depende dos objetivos e da realidade financeira de cada comprador. A SAC é recomendada para quem pretende manter o financiamento por um período
superior a cinco anos, enquanto a Price pode ser mais adequada para quem planeja quitar o financiamento antecipadamente.
Segundo Ana, o financiamento pela Caixa ainda é uma boa opção, pois o crédito imobiliário continua sendo uma das melhores formas de aquisição de patrimônio, considerando as taxas de juros e o valor dos bens adquiridos. Ela ressalta que, embora os juros pagos possam ser consideráveis, o valor das parcelas do financiamento frequentemente se equipara ao valor de um aluguel.
Além disso, outras opções de financiamento imobiliário estão disponíveis em outros bancos, com entradas de 20% e financiamento de até 80%, embora com taxas de juros mais altas do que as oferecidas pela Caixa. Consórcios também são uma alternativa viável, pois permitem a aquisição planejada de um imóvel sem necessidade de entrada, operando com taxas de administração em vez de juros.
A economista finaliza destacando a importância do planejamento financeiro para aquisição de um imóvel, sugerindo que os consumidores organizem seu orçamento e poupem recursos antes de tomar decisões impulsivas.
As novas regras de financiamento da Caixa incluem também a alteração das cotas de financiamento, limitando o valor de avaliação ou de compra e venda dos imóveis financiados com recursos do SBPE a R$ 1,5 milhão. Além disso, o consumidor não poderá ter mais de um financiamento habitacional ativo com a Caixa. As medidas anunciadas não possuem prazo de validade e podem se tornar permanentes, porém, não afetam quem já possui um financiamento ativo com a Caixa.