A Caixa Econômica Federal está ajustando as condições para empréstimos habitacionais voltados à classe média, com novas regras que exigem maior valor de entrada para a compra de imóveis. O banco, que domina cerca de 70% do mercado imobiliário, reduziu o limite de financiamento nas linhas SBPE, afetando imóveis de até R$ 1,5 milhão. A partir de novembro, o financiamento máximo passará de 80% para 70% do valor do imóvel, exigindo uma entrada mínima de 30% por parte dos compradores. A Caixa também será mais rigorosa na análise de risco.
Em outra modalidade de financiamento, a tabela Price, a cota máxima será reduzida de 70% para 50%, exigindo ainda mais dos mutuários na compra de imóveis. Essas mudanças, no entanto, não afetam o programa Minha Casa Minha Vida nem imóveis vinculados a empreendimentos financiados pelo próprio banco.
A decisão ocorre devido à escassez de recursos da poupança, a principal fonte de financiamento dessas linhas de crédito. Até setembro, a Caixa já havia utilizado 90% da meta de R$ 70 bilhões previstos para 2024. Para evitar a suspensão das operações, o banco está ajustando os contratos, embora algumas agências tenham relatado dificuldades na liberação de financiamentos.
A vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, afirmou que o banco está administrando a situação para manter a oferta de crédito, em um cenário desafiador de aumento da taxa básica de juros.