
Em junho de 2025, o Brasil anunciou oficialmente que está livre da gripe aviária em granjas comerciais, após cumprir o protocolo internacional de 28 dias de vazio sanitário sem novos registros da doença. A medida permite que o país busque o reconhecimento formal da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e negocie a reabertura dos mercados que haviam imposto restrições às exportações de carne de aves.
O único foco da gripe aviária em produção comercial foi confirmado em 22 de maio, em uma granja de matrizes no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Após a completa desinfecção do local, o Ministério da Agricultura iniciou o período de vigilância, encerrado agora sem novos casos.
O governo brasileiro já notificou a OMSA e os principais parceiros comerciais sobre a autodeclaração de país livre da doença. Atualmente, cerca de 47 países aplicam algum tipo de embargo à carne de frango brasileira. As autoridades brasileiras estão em contato direto com esses países para negociar a suspensão das restrições.
Entre os destinos afetados estão China, Japão, União Europeia, Emirados Árabes Unidos e Rússia. Em alguns casos, os embargos foram regionais, restritos ao Rio Grande do Sul, mas em outros houve suspensão completa das importações. O setor estima que as exportações caíram aproximadamente 13% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2024.
Durante a crise, o Brasil intensificou as ações de vigilância, incluindo inspeções em mais de 500 granjas, monitoramento em aves silvestres e reforço das barreiras sanitárias. Especialistas apontam que a geografia do país, com barreiras naturais como a floresta amazônica e cadeias de montanhas, ajuda a conter a disseminação de vírus vindos por aves migratórias.
Embora o reconhecimento oficial pela OMSA ainda esteja pendente, o Brasil já cumpre os critérios exigidos e espera a reabertura dos mercados ainda nas próximas semanas. A expectativa é que, até o fim de junho ou início de julho, boa parte das restrições comerciais seja suspensa.
Com a retomada das exportações, o Brasil busca recuperar sua participação no mercado global, onde responde por cerca de 35% das vendas mundiais de carne de frango.