A Comunidade Bethânia viveu neste sábado, 7, um dos momentos mais emocionantes de seus quase 25 anos de existência: a abertura do processo de beatificação do fundador, Padre Léo. O evento oficial ocorreu neste sábado, 7, no recanto de São João Batista, com programação intensa ao longo do dia e participação de milhares de pessoas entre familiares do sacerdote, membros da comunidade, religiosos, religiosas, autoridades e fiéis de todas as partes do Brasil.
Entre as pessoas que acompanharam o evento estava Márcio Marques e sua esposa, que vieram do Amazonas para vivenciar essa data. “O Padre tem papel fundamental na minha história. Cresci dentro do movimento da Renovação Carismática Católica (RCC) e já conhecia ele por meio das pregações, mas após algum tempo acabei me afastando. Foi pelas suas sábias palavras que abri meu coração para o retorno à igreja, mesmo nem sabendo de seu falecimento na época”, colocou Marques que viajou 10 horas de lancha e seis de avião para chegar até o estado de Santa Catarina.
Ele ainda ressaltou que os ensinamento do Servo de Deus o fez abrir os olhos para viver de forma diferente, em especial dentro do matrimônio. “Minha casa hoje tem grande carinho pela história e tudo que Léo traz a cada coração, mesmo que não em vida. Hoje temos a prática do terço, a vivência fraterna graças a ele, que sempre falou que família que reza não se rompe”, reforçou. Os sorrisos, as lágrimas e o misto de sentimentos invadiram o espaço de Bethânia durante todo o dia, especialmente com a presença dos restos mortais do sacerdote durante a Santa Missa.
Instituição do Tribunal Eclesiástico
Antes da Santa Missa, foi instaurado o Tribunal Eclesiástico que estará à frente de todo trâmite legal daqui em diante, composto por: Dom Wilson Tadeu Jönk (presidente), padre Tarcísio Vieira (delegado), padre Alcides Albony Amaral (promotor da causa), Ronaldo Frigini (notário atuário), diácono Roque Inácio Führ (notário adjunto), Paolo Villotta (postulador da causa) e diácono José Neri de Souza (chanceler).
Etapas do processo
Padre Léo já é servo de Deus, pois no fim de 2019, a Santa Fé autorizou a abertura do processo de beatificação ao verificar o Nihil Obstat” (nada consta) contra o Padre Léo. Diante desta autorização e com o agendamento da data da abertura oficial do processo, que será dia 7 de março, o sacerdote foi declarado automaticamente Servo de Deus.
O processo de beatificação conta com duas etapas: a diocesana (primeira) e a romana (segunda). A primeira compete à Arquidiocese de Florianópolis colher os testemunhos e documentos ligados a sua fama de santidade. Atualmente o processo está na etapa diocesana, que investigará a vida de Padre Léo. Nesta fase, também serão interrogadas testemunhas sobre a vida, as obras e as virtudes de Padre Léo. “Estarei à disposição para ajudar nesta etapa e todos podem fazer o mesmo, pois iremos estudar toda sua vida e as mais diversas informações e documentos nos serão fundamentais”, enalteceu o postulador da causa, o italiano Paolo Villotta.
Já a segunda etapa, os representantes do Vaticano farão uma completa investigação para validar as chamadas “Virtudes Heróicas” do Padre Léo. Nesta etapa serão verificadas a luz da Doutrina da Igreja, as virtudes teologais e virtudes cardeais do sacerdote. Constatadas as virtudes, o candidato é declarado Venerável. Em seguida, passa-se a avaliar os possíveis milagres, que deverão ser comprovados pela ciência. Constatado um milagre e não havendo nada contrário, o candidato é declarado Beato.