Duas cidades e duas formas distintas de enfrentar o drama de manter suas unidades hospitalares em funcionamento. De um lado uma opção em manter o atendimento universal e gratuito, e do outro a entrega de parte da estrutura para a iniciativa privada, em atendimento particulares. Lei foi aprovada em segunda votação nesta terça-feira (23).
Se mantendo na proposta do Sistema Único de Saúde (SUS), Nova Trento caminha para ofertar cirurgias de ortopedia. Procedimento que gera divisas para os cofres do hospital, mas que para o paciente é de graça. Dezenas de outras cirurgias já são oferecidas pelo SUS, para pessoas do sistema público neotrentino e do Estado. As cirurgias eletivas estão sendo consideradas importantes para manutenção do Hospital Imaculada Conceição.
Na contramão, a Câmara de Vereadores de Canelinha aprovou na noite desta terça, projeto que permite a Fundação Hospitalar de Canelinha a cobrar por procedimentos. Lei foi defendida pela bancada de sustentação do Governo Municipal, como sendo alternativa para manutenção da unidade. Atualmente, no local, são oferecidas cirurgias plásticas como colocação de próteses de silicone nos seios e lipoaspiração.
Os dois hospitais tem semelhanças e, agora, diferenças distintas. Estão inseridos em municípios do mesmo porte. São referencias em atendimento para a região do Vale do Rio Tijucas. Serão distinguidos pelo fato de um deles atender somente pelo SUS e outro oferecer atendimento particular. No caso de Nova Trento, as conversações com o cirurgião ortopedista já estão concluídas e aguarda liberação Estado para iniciar os procedimentos gratuitamente.
Projeto aprovado pela maioria governista chegou a receber emenda na segunda votação, mas foi retirada por confrontar o Regimento Interno da Câmara. A lei não estabelece regras claras e mecanismos de fiscalização, ficando no entendimento da gestão hospitalar determinar os limites. Após votação, o presidente da Câmara, Eduardo Furtado, prometeu negociar com o prefeito Antonio da Silva (PP), a aprovação de regras legais que impeçam que seja cobrado por atendimento dos canelinheses.
Fala do presidente revela dúvidas entre os próprios vereadores da base com relação a aplicação efetiva do texto legal. “Vamos tentar colocar na lei, que nenhum atendimento para a população de Canelinha seja cobrado”, afirmou. Os efeitos práticos da aplicação da nova lei deverá ser sentida após a sanção pelo prefeito municipal. Votaram favoráveis ao projeto os vereadores Eduardo Furtado (Rede), Abel Grimm (PT), Antonio Carlos Flores (PSDB), Arlindo Veber (PSDB) e Altamiro José Adames (PSD).