A arte de fazer sapatos está no DNA de São João Batista. Como forma de preservar e colocar em evidência este legado de gerações, um projeto da Prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Cultura e Juventude (Funjuve), tem atuado na identificação dos mestres artífices e saberes tradicionais da Capital Catarinense do Calçado.
A iniciativa foi uma das três do município a ser premiada pelo Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, na categoria Patrimônio Imaterial – Eixo Produção/Difusão. E, com isso, foi contemplada com R$ 30 mil pelo Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).
Os recursos serão utilizados para a montagem de um cenário itinerante recriando uma “esquenta orelha”, as antigas fabriquetas de calçados que funcionavam em fundo de quintal. A estrutura, que será construída sobre um container com dimensões de 2,5 metros por 3 metros, trará ainda minidocumentários sobre o ofício.
A proposta é traçar um paralelo de como as técnicas de sapataria, trazidas pelos colonizadores italianos e perpassadas através de gerações, resultaram na consolidação do setor como motor da economia do município a partir da década de 1990. E, também, registrar parte desta história em material audiviosual.
O projeto, que deve ser concluído até o final do ano, terá a coordenação técnica/executiva do pesquisador cultural Wellington Linhares Martins. O artesão Roberto Brasseiro Canto, que reside em São João Batista há mais de 35 anos e inclusive já trabalhou em fábricas de calçados, será o responsável pela produção das peças da “esquenta orelha”.