A Comunidade Bethânia viveu um momento histórico nesta terça-feira, 27. Com auxílio do apicultor Nelson Rieg, de Guabiruba, foram extraídos os primeiros 6 kg de mel da criação de abelhas africanas existente no local.
Das sete caixas colocadas na mata, três delas continham os favos de mel. O padre Vicente de Paula Neto, presidente da Comunidade, prestigiou e auxiliou na retirada das caixas. Na sequência, a esposa de Nelson, Norma Rieg, extraiu o mel dos favos nas dependências do Recanto São João Batista (SC).
O apicultor explica que em dezembro de 2017 foi quando as abelhas iniciaram a produção do mel e, em apenas três meses já foi possível colher os primeiros quilos. “Agora, a partir do mês de agosto em diante é que elas produzirão mais mel”, diz.
A criação de abelhas fica em um local isolado no recanto, numa área de mata fechada, alguns metros atrás da estrebaria. Para ter acesso à colmeia foram utilizados equipamentos próprios de apicultura, como o macacão de proteção e fumegador. “Convidamos o seu Nelson Rieg, pois ele é apicultor profissional, tem criação de abelhas para consumo próprio e é um amigo de Bethânia. Só temos a agradecer a ele e a dona Norma por todo apoio e orientação”, conta o pe Vicente.
Primeiro enxame
A ideia de criar abelhas para produção de mel na Comunidade Bethânia surgiu em outubro de 2016, quando o primeiro enxame foi descoberto no telhado do quarto do pe Vicente.
Neste mesmo dia, o apicultor Rieg foi contatado para verificar as abelhas e a possibilidade de iniciar uma criação em Bethânia. “Só as do quarto deu um pote de 5 kg de mel. Mas agora, oficialmente, tivemos a primeira extração da nossa criação própria”, conta o padre.
Alimentação Saudável
Num primeiro momento, padre Vicente explica que toda produção do mel será destinada ao consumo dos filhos e filhas de Bethânia, já que a Comunidade preza pela alimentação saudável.
Entretanto, a intenção é de no futuro, além da alimentação própria, a Comunidade Bethânia, ter uma nova fonte de renda com a produção de mel para comercialização. “Queremos criar um espaço para trabalhar a profissionalização. Uma pequena indústria para profissionalizar os filhos nessa direção, pensando sempre na alimentação saudável”, revela o presidente da entidade. Além do mel, o desejo é aproveitar também a própolis e a cera.
Atualmente, a Comunidade Bethânia possui a horta de frutas e verduras em que, além de alimentar os acolhidos, também proporciona um espaço onde os filhos possam trabalhar e aprender. “O trabalho é um dos pilares do processo pedagógico da Comunidade Bethânia que auxilia no processo de restauração dos acolhidos”, complementa.
Há pouco tempo, os filhos começaram a trabalhar também com a horta hidropônica, que é o cultivo onde as raízes das plantas ficam submersas em água com alguns nutrientes que fazem elas se desenvolverem sem utilizar terra. “Temos um espaço muito rico e muita coisa ainda não exploramos, como o cultivo de chás medicinais”.