Depois da denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o Tribunal do Júri de Tijucas condenou um homem pelos crimes de lesões corporais e tentar matar a ex-companheira. Em uma das ocasiões, ao tentar defendê-la, a mãe dela foi agredida pelo condenado. Ele também passou a ameaçar de morte, por telefone, a filha da ex-mulher, que estava grávida. Os crimes ocorreram em janeiro e abril do ano passado.
A pena total foi de 15 anos, nove meses e dez dias de reclusão.
Pelos crimes cometidos contra a ex-companheira, ele foi condenado por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe e mediante dissimulação, e por lesão corporal com agravante de a vítima ser mulher, bem como por furto. Na fuga do local do crime, ele levou o aparelho celular e documentos pessoais da agredida.
Pelo crime cometido contra a mãe dela, ele foi sentenciado por lesão corporal agravada por a vítima ser maior de 60 anos.Com relação à filha da ex-companheira, o réu recebeu a sentença por ameaça à integridade física ou psicológica por qualquer meio, perturbando a liberdade e a privacidade, com agravante de a vítima estar grávida.
O Promotor de Justiça José da Silva Júnior representou o MPSC no Tribunal do Júri.
Como os crimes ocorreram
De acordo com a denúncia do MPSC, em 24 de janeiro de 2022, o condenado entrou na casa da ex-companheira e desferiu golpes de faca, chutes, socos e puxões de cabelo contra ela, provocando lesões que foram atestadas no laudo pericial. A mãe da vítima, já idosa, tentou interferir e recebeu do réu socos na cabeça, causando-lhe também lesão corporal.
Ele fugiu do local levando o aparelho celular e os documentos pessoais da ex-companheira.
No mesmo dia, o réu ameaçou por telefone a filha da ex-companheira, dizendo que a mataria, bem como mataria a criança que estava esperando.
Foram deferidas medidas protetivas e o réu teria que ficar afastado cerca de 200 metros da ex-mulher e da mãe dela, além de ser proibido de manter contato telefônico com seus familiares.
A nova tentativa de matar a ex-companheira foi em 7 de abril, em uma rua do Centro de Tijucas. Um dia antes do crime ele havia combinado de levar uns documentos para ela assinar, alegando que era para transferência de um veículo. O réu chegou com um envelope na mão próximo à vítima, que estava em uma moto às margens da via pública o esperando.
De dentro do envelope sacou uma faca e desferiu um golpe na altura do tórax que pegou a vítima de surpresa. Ela conseguiu escapar e foi socorrida por populares. Foi encaminhada para o Hospital de Tijucas e depois transferida para o Hospital Regional de São José.
Foram negados ao réu o direito de recorrer em liberdade e a substituição da pena privativa de liberdade e suspensão condicional da pena.