A Câmara Municipal de Tijucas realizou na noite de segunda-feira (16) uma audiência pública para debater sobre as principais necessidades em torno do Hospital São José e de melhorias para a área da saúde no município. O encontro teve origem no Requerimento nº 84/2015, do vereador Sérgio Murilo Cordeiro (PMDB), que pediu o agendamento da audiência, com o objetivo de encaminhar novos pedidos ao Secretário de Saúde do Estado, João Paulo Kleinubing, cuja visita a Tijucas deve acontecer no próximo dia 20.
Ao falar sobre os motivos que o levaram a pedir o agendamento da audiência, o vereador Sérgio Murilo Cordeiro disse o município precisa fazer um “pedido forte” – que represente bem os interesses de Tijucas – ao Secretário de Saúde do Estado. Em relação às propostas, o parlamentar propôs dois caminhos: contratar mais um plantonista para o pronto socorro ou instalar mais leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “Recebemos diversas solicitações da população, entre elas o de contratar um segundo plantonista, tendo em vista a demora no atendimento”, contou Cordeiro.
Ao expor a situação do Hospital São José, o gestor administrativo da unidade, Vagner dos Anjos, trouxe dados sobre o atendimento hospitalar. “Hoje atendemos uma média de 2.500 pessoas por mês na emergência; dessas, 50% a 60% não representam casos de urgência, ou seja, poderiam ser atendidos em outra ponta da rede”, disse Anjos. Segundo o relato do administrador, o atual interesse do Hospital São José está na obra de expansão da unidade, cujo custo total previsto é de R$ 1,7 milhão. “Gostaríamos da colaboração do Estado de Santa Catarina para continuar essa obra”, propôs o gestor.
Em relação às duas propostas elencadas pelo vereador Sérgio Murilo Cordeiro, novas informações foram trazidas pelo administrador do hospital. Para Vagner dos Anjos, a implantação de uma UTI no município está sendo pensada a longo prazo. Entre as necessidades que restringiriam a implantação do tratamento especial estariam o requisito mínimo de 100 leitos hospitalares, mais a compra de uma série de equipamentos para o atendimento. A contratação de um segundo plantonista também foi vista com cautela. “Não sei se isso resolveria o problema ou geraria mais demanda para a emergência. Pode virar um círculo vicioso, já que as pessoas passariam a procurar mais a emergência”, ponderou.
Associado a essas dificuldades, as condições econômicas também barram a melhoria da saúde. De acordo com o gestor, a inflação e o aumento dos salários dos funcionários corroem o poder de compra do Hospital. “Desde 2013, recebemos R$ 100 mil de incentivo ao atendimento de urgência, no entanto, hoje, esse dinheiro já não vale o mesmo que dois anos atrás”, apontou. Outro problema estaria no fato de que o aumento do atendimento não geraria um crescimento nas receitas do Hospital, criando uma desproporção na relação entre recursos disponíveis e demanda efetiva. Para o gestor, o investimento em equipamentos de diagnóstico serviria como incentivo à permanência dos médicos no município.
Ao participar do debate, a Secretária da Saúde de Tijucas, Adriana Porto Faria, informou que o município repassou ao Hospital São José o total de R$ 740 mil em 2015. Ela ainda disse que está ciente dos gastos do hospital, mas que as prioridades da cidade são outras. “O município tem por prioridade melhorar a média complexidade, buscando convênios para implantar uma policlínica e um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)”, relatou.
Os vereadores Vilson José Porcíncula (PP), Lialda Lemos (PSDB), Luiz Rogério da Silva (PMDB), Eder Muraro (DEM) e o prefeito de Tijucas, Valério Tomazi, também participaram do debate levantando questões e expondo situações a respeito da saúde no município. Além deles, os demais parlamentares também estiveram presentes na audiência.