A professora Naime Macaes Zunino, 67 anos, moradora do Centro de São João Batista e sempre se dedicou aos trabalhos na área de educação. Professora pedagoga e de geografia é formada no Magistério, Pedagogia, Geografia e é pós graduada.
Antes de casar, ela morava no interior do município de São João Batista e foi no distrito de Tigipió que começou a lecionar. Um período aulas na Escola Isolada no fundamental II e no outro turno para uma turma mista. Ela ia de bicicleta trabalhar, ao sair da escola, tinha que vir rapidamente para casa, deixar a bicicleta para pegar o ônibus e ir estudar.
A faculdade era em Itajaí, na época, o transporte era feito com ônibus de linha, o trajeto era todo de estrada de chão batido, sem nenhuma pavimentação. Ao retornar para a cidade, vinha até no Centro, depois, junto com outros colegas do interior, tinham que chamar um taxi e esperar ele chegar, e só assim voltar para casa. “Era sempre mais de 1h da madrugada quando ia dormir, e depois, cedo já tinha que estar na escola para mais um dia letivo”, recorda.
O dom de ser mãe
Já casada, o marido caminhoneiro e ela professora atuava nas escolas do Centro, onde passou a residir. Foi então que iniciou a pós graduação para se especializar. Os médicos já aviam lhe alertado que ela não poderia ser mãe, pois sofria de uma doença conhecida como útero infantil que é uma má formação congênita na qual o útero não se desenvolve completamente durante a vida da mulher, mantendo o mesmo tamanho que apresentada durante a infância.
Ciente do fato, um dia, durante a subida das escadas da Univali – Universidade do Vale do Itajaí – durante a especialização, sentiu tonturas e mal estar. Ao ir ao médico, ela que já estava com mais de 40 anos de idade recebeu a notícia da gravidez. Mesmo em choque, pois nunca imaginou que seria mãe, ela preferiu acreditar no milagre de Deus, o dom da vida. E, no ano seguinte, outra surpresa, mais uma gravidez. “Tive duas filhas Aurea Maria e a Heloisa, a mais nova, que há poucos dias me deu o privilegio de ser avó do pequeno Marcos Fellipe”, conta.
Reconhecimento
A professora Naime conta que são inúmeras as vezes que ex alunos lhe cumprimentam na rua, na maioria das vezes ela nem reconhece de primeira vista, pois afinal, com o passar do tempo, as pessoas mudam. Ela deu aula na Escola de Educação Básica São João Batista, e, em 2001, se aposentou no estado. Mas, isso não foi empecilho para não continuar a trabalhar, continuou a exercer a profissão na Rede Pública Municipal de Ensino, até esse ano leciona da Escola de Educação Básica Alice da Silva Gomes, mas informa, esse ano, deve-se aposentar definitivamente e curtir a doçura de ser avó.