A semana começa com sol com algumas nuvens e temperaturas mais altas em Santa Catarina, mas o tempo muda no decorrer da terça-feira com a chegada de uma frente fria, o que traz chuva ao Estado. A mudança na temperatura será percebida pelos catarinenses na quarta-feira, quando a onda de ar polar que acompanha a frente fria atinge o Sul do Brasil e declina a temperatura, favorecendo pequena chance de neve nas áreas altas da serra na madrugada.
Conforme a previsão do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Epagri/Ciram), nas madrugadas de quinta e sexta-feira, 28 e 29, a temperatura mínima será próxima de 0°C e negativa (entre -1°C e -4°C), nas áreas altas do Oeste ao Planalto, com formação de geada.
Próximos meses devem registrar temperaturas próximas a abaixo da média climática
De acordo com o setor de meteorologia da Epagri/Ciram a expectativa para julho, agosto e setembro é de temperatura próxima a abaixo da média climática em Santa Catarina. Neste ano, as massas de frio de origem polar devem chegar mais intensas e com frequência ao Sul do Brasil, favorecendo a condição de geada ampla no Estado e por vezes neve especialmente na serra.
Com relação à chuva, a previsão é de chuva próxima a acima da média para Santa Catarina, sendo os valores acima da média mais prováveis de ocorrer no mês de agosto e setembro. O esperado para julho, que já está terminando era de períodos mais prolongados sem chuva, no entanto, os poucos episódios de chuva pode alcançar o total esperado para o mês.
Conforme Gilsânia Cruz os eventos de chuva intensa, em curto espaço de tempo, podem ocorrer em qualquer época do ano. Por isso, é necessário o acompanhamento diário da previsão do tempo.
Climatologia (o que se espera para época do ano):
Em cada mês do trimestre, os valores esperados de chuva variam de 115 a 180mm nas regiões Oeste e Meio Oeste, e de 80 a 130mm do Planalto ao Litoral, sendo o Litoral a região que menos chove nesta época do ano. A chuva é preferencialmente causada pela influência de frentes frias, do jato subtropical (ventos fortes em altos níveis da atmosfera) e dos vórtices.
Também é a época de formação e deslocamento dos ciclones extratropicais no litoral Sul do Brasil, que trazem perigo para a navegação e a pesca em embarcações de pequeno e médio porte, devido aos ventos fortes e ao mar agitado, muitas vezes resultando emressaca.
Outra caraterística do inverno são os nevoeiros associados à nebulosidade baixa, com redução de visibilidade.
A Temperatura da Superfície do Mar (TSM):
Ao contrário do quem vem sendo observado desde 2015, nos meses de maio e junho de 2016 o fenômeno El Niño entrou em declínio, a água começou a esfriar, apresentando anomalias negativas de TSM (Temperatura da Superfície do Mar) de – 0,5 a – 1,5°C numa faixa estreita do Pacífico Equatorial, embora as regiões tropicais do Pacífico, tanto norte quanto sul, ainda mostrem anomalias positivas de temperatura, Figuras 1 e 2. Durante o inverno, a tendência é de neutralidade no Oceano Pacífico Equatorial, com chance de 70% de configuração de La Niña na primavera. Se confirmar o fenômeno, há possibilidade de frio tardio no início da primavera.
Recomendações da Defesa Civil
Geada: agricultores deverão tomar medidas preventivas.
Onda de frio: atenção com população mais vulnerável, como enfermos, moradores de rua, idosos e crianças. Além disso, abrigar animais domésticos nas noites mais frias. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, em virtude das doenças causadas pelo frio (gripe, resfriados, pneumonia, meningite) é essencial tomar medidas simples como manter-se bem agasalhado, beber bastante água e evitar locais fechados e de grande circulação de pessoas, além da higiene frequente das mãos. Essas medidas são de grande valia na prevenção destas doenças, ressaltando que crianças e pessoas idosas são mais suscetíveis às doenças agravadas pelo frio e devem estar mais atentas.
Qualquer problema deve ser comunicado à coordenadoria municipal de Defesa Civil, através do telefone de emergência 199 ou para o Corpo de Bombeiros, no número 193.
Cuidados com saúde
Outro cuidado que devemos ter é com a saúde, pois a queda da temperatura provoca o aumento dos casos das doenças respiratórias, como, por exemplo, a gripe. Para evitar o contágio alguns cuidados são necessários como manter as janelas abertas, ventilar ambientes, lavar as mãos, e sempre que tossir ou espirrar cubrir a boca com lenço descartável ou com o antebraço.
Se apresentar os sintomas da gripe, é necessário procurar imediatamente um serviço de saúde para buscar tratamento adequado; após o início do tratamento, deve-se evitar sair de casa no período de transmissão da doença (até sete dias após o início dos sintomas); evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados e adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.
Saiba mais:
Cidades mais frias em Santa Catarina
Conforme a Epagri/Ciram, as cidades mais frias do Estado são as mais altas das regiões do Meio-Oeste, Planalto Sul e Planalto Norte, dentre as quais estão Caçador, Curitibanos, São Joaquim, Irineópolis, Campo Alegre e Matos Costa. Os municípios de Urupema e Urubici vêm registrando temperaturas bastante baixas, especialmente Urupema que registrou, em junho de 2011, as temperaturas mais baixas do Brasil por vários dias consecutivos.
As menores temperaturas já registradas no Estado foram de -14ºC em Caçador (junho de 1952), -12ºC em Canoinhas (agosto de 1963), -11,6ºC em Xanxerê (junho de 1945) -10ºC em São Joaquim (agosto de 1991), -9,5ºC em Campo Alegre (julho de 1923), -9,3ºC em Videira (julho de 1975), -9,1ºC em Irineópolis (agosto de 1963) e -8ºC em Lages (julho de 1915). O recorde do mês de junho em São Joaquim foi de -7,9°C no dia 25 de junho de 1960.