
Os Correios iniciaram uma nova fase de reestruturação com o objetivo de recuperar o equilíbrio financeiro, modernizar a estatal e retomar a rentabilidade nos próximos anos.
No primeiro semestre de 2025, a empresa acumulou um prejuízo de aproximadamente R$ 4,36 bilhões, valor muito superior ao déficit de R$ 1,3 bilhão registrado no mesmo período de 2024. A perda de competitividade diante do avanço do comércio eletrônico e a adaptação lenta às novas demandas do mercado foram apontadas como principais causas da crise.
Entre as medidas anunciadas para enfrentar o cenário estão a negociação de um empréstimo de R$ 20 bilhões junto a instituições financeiras, com garantia do Tesouro Nacional. O recurso deve garantir liquidez e estabilidade operacional até 2026, enquanto as demais ações estruturais começam a surtir efeito. A expectativa é de que a empresa volte a apresentar resultados positivos a partir de 2027.
Também estão previstos cortes de custos administrativos e operacionais, incluindo um novo programa de demissão voluntária, venda de imóveis ociosos e renegociação de contratos com fornecedores. A empresa pretende ainda diversificar suas fontes de receita, explorando novas áreas como serviços financeiros, seguros e ampliação das operações logísticas, reduzindo a dependência das receitas tradicionais com cartas e encomendas.
Segundo a direção, o foco não é a privatização, mas tornar os Correios autossuficientes e capazes de cobrir suas despesas mensais e custos operacionais. A estatal, presente em todos os municípios brasileiros, é considerada estratégica para a conectividade e a logística do país.
O sucesso do plano, no entanto, depende da superação de desafios como a inflação, os altos custos de pessoal, a necessidade de modernização das operações e a concorrência crescente no setor de entregas e comércio eletrônico.
Com o plano de reestruturação, os Correios buscam equilibrar as contas, recuperar a credibilidade e se adaptar às novas exigências do mercado, preservando seu papel essencial na integração nacional.