No extenso relatório da CPI das Pirâmides Financeiras, que solicita o indiciamento de Ronaldinho Gaúcho por suposto envolvimento como sócio de uma empresa de criptomoedas, são revelados detalhes surpreendentes sobre movimentações financeiras incomuns que totalizam R$ 103 milhões entre os anos de 2015 a 2021.
Entre março e agosto de 2020, os documentos do Coaf destacam transações que foram consideradas “incompatíveis com a capacidade financeira declarada” de Ronaldinho. Nesse período, ele recebeu uma quantia de R$ 5,8 milhões em uma conta na Suíça, e posteriormente, ocorreram saques em dias próximos, com valores inferiores a R$ 50 mil, aparentemente numa tentativa de evitar a comunicação obrigatória ao órgão regulador.
No período entre fevereiro e abril de 2021, o Coaf observou a ocorrência de “pagamentos de boletos em benefício de terceiros, sem uma motivação aparente”. Além disso, foram registrados saques em dinheiro vivo com valores abaixo de R$ 10 mil, aparentemente em uma tentativa de dificultar a identificação dos envolvidos e obscurecer parte do destino dos recursos.
Os relatórios do Coaf também documentam transações envolvendo R$ 3,2 milhões relacionadas a “dois terrenos de forma irregular”.