
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) referentes ao trimestre móvel encerrado em julho de 2025. A taxa de desocupação caiu para 5,6%, o menor patamar desde o início da série histórica do indicador, em 2012.
O número de pessoas desocupadas ficou em torno de 6,1 milhões, o menor contingente desde o fim de 2013. Já a população ocupada chegou a 102,4 milhões de pessoas, também um recorde. O nível de ocupação, que mede a proporção de pessoas trabalhando em relação à população em idade de trabalhar, atingiu 58,8%, o maior da série.
Entre os trabalhadores com carteira assinada no setor privado, o contingente chegou a 39,1 milhões. O número de trabalhadores por conta própria também bateu recorde, alcançando 25,9 milhões de pessoas. A taxa de informalidade ficou em 37,8% da população ocupada, ligeiramente abaixo do trimestre anterior.
O rendimento médio habitual ficou em R$ 3.484, e a massa de rendimentos atingiu R$ 352,3 bilhões, também um recorde histórico. Já a população desalentada, formada por pessoas que desistiram de procurar emprego, caiu para 2,7 milhões, uma redução de cerca de 11% em relação ao trimestre anterior e de 15% em comparação a um ano atrás.
Os números indicam que o mercado de trabalho brasileiro segue em trajetória de fortalecimento. A queda do desemprego para o menor nível histórico, junto com o crescimento da ocupação e da renda, mostra uma melhora consistente nas condições de trabalho. Houve redução da subutilização da mão de obra e da informalidade, além de aumento nos empregos formais. Os setores que mais impulsionaram essa recuperação foram agricultura, informação e comunicação, atividades financeiras, administração pública, educação e saúde.
Apesar do cenário positivo, alguns desafios permanecem. A informalidade ainda é elevada, mesmo com a redução registrada. O crescimento dos rendimentos precisa se manter acima da inflação para garantir ganho real de poder de compra, especialmente para os trabalhadores de menor renda. Além disso, a sustentabilidade desse movimento depende de fatores como juros, inflação, estabilidade fiscal e conjuntura internacional.
Os dados também evidenciam a necessidade de observar as desigualdades regionais e setoriais. Embora o resultado nacional seja favorável, ainda podem existir diferenças significativas entre regiões do país, setores da economia e grupos sociais.
O trimestre encerrado em julho de 2025 marca, portanto, um momento histórico para o mercado de trabalho brasileiro, com queda expressiva do desemprego, recordes de ocupação e massa salarial. O desafio agora é consolidar essa melhora e garantir que seus benefícios cheguem de forma mais ampla e equilibrada à população.