
O dólar encerrou esta segunda-feira (24) em alta, cotado a R$ 5,7517, um avanço de 0,61%. O principal índice da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, recuou 0,77%, fechando aos 131.321 pontos. O movimento do mercado reflete a apreensão quanto ao possível anúncio de novas tarifas de importação pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para o próximo dia 2.
De acordo com informações da Bloomberg News, Trump planeja divulgar novas tarifas direcionadas a países e blocos econômicos específicos no início de abril, no contexto da revisão de taxas recíprocas prometida pelo governo norte-americano. Regiões onde os EUA mantêm superávit comercial podem ser poupadas dessas novas tarifas.
Nesta manhã, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que “o Brasil não é um problema para os EUA”, ressaltando que os norte-americanos possuem superávit comercial com o país. Apesar disso, o mercado segue cauteloso com a possibilidade de medidas mais severas que possam impactar as indústrias brasileiras, principalmente nos setores de máquinas e aeronaves, cujas exportações para os EUA são significativas.
O temor das novas tarifas também está relacionado ao impacto na inflação americana, visto que custos mais altos de importação podem encarecer produtos e reduzir o consumo no país. Esse cenário reforça o pessimismo global quanto ao crescimento econômico.
Enquanto o mercado brasileiro opera sob tensão, os principais índices acionários dos EUA tiveram um dia positivo. O S&P 500 subiu 1,76%, o Dow Jones, 1,42%, e o Nasdaq, 2,27%. As ações da Tesla, empresa de Elon Musk, dispararam quase 12%, impulsionadas por expectativas de tarifas mais brandas para setores estratégicos da economia americana.
Na Bolsa de Valores do Brasil, a desvalorização do Ibovespa seguiu o pessimismo com os impactos das possíveis medidas protecionistas dos EUA. O dólar, que atingiu a máxima de R$ 5,7722 no dia, acumula uma queda de 2,78% no mês e de 6,93% no ano. Na última sexta-feira (21), a moeda americana já havia registrado alta de 0,73%, fechando a R$ 5,7171.