Os mais de 2.300 trabalhadores do Grupo Suzana Santos em São João Batista e na Bahia, começaram a receber aviso e serão dispensados. Em nota o grupo falou em “em reduzir quadro e medida emergencial”. Demissões também foram registradas em outras indústrias, com redução drástica da força de trabalho e férias para os que serão mantidos.
Em nota o Grupo explica que diante da situação vivenciada pela pandemia do Covid-19, “e em virtude da paralisação do comércio nacional e internacional, optou pela difícil decisão de momentaneamente reduzir o quadro de colaboradores, como medida emergencial”. O Grupo S. Santos está há 25 anos no mercado, produzindo as marcas Suzana Santos, Renata Mello, Patrícia Lopes e Azillê.
“Nosso objetivo é resguardar o bem-estar e a segurança de todos, de forma que todos os direitos trabalhistas serão cumpridos em sua integralidade, e conforme a demanda do mercado, esperamos em breve, continuar nossas atividades em sua total capacidade produtiva”, diz a nota. De acordo com informações do Grupo, a carteira de pedidos será cumprida e conforma a demanda do varejo vai ajustar a equipe industrial.
Sindicato dos Trabalhadores afirma que ainda não tem um levantamento sobre as demissões. Já o Sindicato das Indústria alertou que o parque industrial batistense seria afetado profundamente pela suspensão das atividades. No início da paralisação o setor industrial já havia notificado mais de 1.200 demissões, principalmente de trabalhadores que estavam em contrato de experiência.
Só no grupo Suzana Santos são 2.300 demissões nas unidades de São João Batista e na Bahia. Na Capital Catarinense do Calçado são 690 demissões, que atingem linha de produção e área de criação e administrativo. Decisão foi tomada pelo empresário Almir dos Santos, após a produção ter sido interrompida por pressões pelo isolamento do coronavírus, e cancelamento da maior parte dos pedidos.
De acordo com o empresário Almir dos Santos, o momento é de rever as atividades e se resguardar em razão do cenário complicado imposto pela quarentena. “Estamos dando aviso e analisando o cenário local, estadual e nacional; para só então definir os próximos passos”, afirmou por telefone.
Não houve decreto governamental para fechamento das indústrias, mas pressão na cidade que envolveu até mesmo o prefeito Daniel Cândido, encurralando os empresários, que deram férias coletivas e deixaram de entregar pedidos que estavam em produção. Em vídeo no dia 19 de março, Cândido afirmou que não tinha poder para decretar fechamento da indústria, mas fez apelo pelo encerramento das atividades.
Já na noite desta terça-feira (07), o prefeito batistense divulgou uma nova mensagem de vídeo falando sobre as demissões em massa na cidade, e disse que esse não seria momento para dispensa dos trabalhadores. “Recebemos a informação de que há mais empresas dando aviso prévio para os funcionários. Esse não é o momento para fazer demissões em massa”, disse o prefeito.
Em Santa Catarina
O Sebrae/SC divulgou uma pesquisa em que apresenta o impacto da pandemia do coronavírus nos empregos do Estado. De acordo com a sondagem, que analisou o universo dos pequenos negócios, cerca de 148 mil pessoas já perderam seus empregos desde o início do isolamento social no Estado, dia 18 de março.
Santa Catarina tem 785.147 pequenos negócios, desses 380.472 são micro e pequenas empresas e os demais microempreendedores individuais, os quais são responsáveis por 91% dos empreendimentos e por 57% dos empregos formais do Estado. Para o estudo, o Sebrae/SC ouviu 2.120 empresários, de todas as regiões de Santa Catarina. A pesquisa apresenta um índice de confiança de 95%, cuja margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.