Com o sexto dia da greve dos caminhoneiros, diversos setores já sentem os reflexos da falta de abastecimento no Vale do Rio Tijucas. Sem combustível e a circulação de mercadorias parada, a falta de insumos já compromete o funcionamento de indústrias em São João Batista e granjas espalhadas pela região. A Polícia Militar recebeu diversos pedidos para escola de caminhões, principalmente com alimentos para frangos de granjas.
De acordo com informações do comandante da PM no Vale, Major Éder, nas últimas horas houveram diversos pedidos de escola para garantir que granjas na região não percam todos os animais. “Há um caso em particular que 60 mil frangos morrerão de fome, sem a intervenção necessária para garantir a chegada da ração animal”, afirmou. Granjas de frango estão espalhadas por Tijucas, Canelinha, São João Batista e Major Gercino.
O setor calçadista em São João Batista sente os reflexos da greve desde a quinta-feira (24). Já há registro de escassez de matéria-prima, o que poderá comprometer a produção já a partir de segunda-feira. Uma indústria de embalagens anunciou férias coletivas a partir de segunda. Os danos causados pela greve dos caminhoneiros afetava, quinta-feira, 77,3% das empresas catarinenses dos setores de comércio e serviços.
Foi isso que apontou sondagem feita pelo departamento de pesquisas da Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-SC). Os empresários informaram problemas de abastecimento ou prejuízos diretos e indiretos.
De acordo com a pesquisa, 61,4% das mercadorias ou insumos não haviam chegado ao destino. Os setores mais afetados foram os de transporte intermunicipal com perdas para 93,3% das empresas, 86,3% dos postos não haviam recebido combustível e 55,8% dos restaurantes não tinham recebido os alimentos previstos para seus estoques.