Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Calçados de São João Batista revelou nesta quarta-feira (05), preocupação com o volume de demissões no setor calçadista no primeiro semestre de 2017, interrompendo uma série histórica. Na contramão a Prefeitura Municipal emitiu uma nota comemorando os índices de emprego na cidade.
De acordo com o presidente da entidade de representação dos trabalhadores, Everton Quirino, no primeiro semestre foram 922 rescisões homologadas no Sindicato, contra 1.552 durante todo o ano de 2016. Não estão incluídos os números de demissões antes do fim do contrato de experiência. Já a Prefeitura afirma em nota que a cidade teve um saldo positivo de 776 vagas, segundo dados tabulados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Sindicato apresentou dados de janeiro a junho, enquanto a prefeitura utilizou os índices de janeiro a maio.
Segundo nota da Administração Municipal, enquanto o desemprego em nível nacional chegou ao patamar de 14%, no Estado 6% , em São João Batista, mesmo com as dificuldades figura abaixo deste percentual. “O setor calçadista segue mostrando força e não é a primeira vez que lidera índices oficiais”, diz. O prefeito Daniel Cândido frisa que não podem fechar os olhos para crise, mas também não podem deixar de comemorar esses números.
O prefeito informa que os números devem melhorar ainda mais com o projeto Cidade Empreendedora, do Sebrae Nacional sendo executado na cidade. Serão dois anos de ações que beneficiarão toda população. O secretário de Desenvolvimento, Plácido Vargas, coordena o projeto. Vargas destaca que com mais de 40 anos de atuação, uma média de 150 indústrias de calçados e uma produção média mensal de 1,2 milhão de pares de sapatos, o polo de calçados femininos responde por 80% da economia do município.
Já Everton Quirino do Sindicato dos Trabalhadores mostra preocupação com o alto índice de demissões no primeiro semestre e teme a deterioração da geração de novas vagas no segundo semestre. “É preciso que as entidades e o poder público se unam em buscar alternativas para o setor e preservar a geração de empregos”. Entre as alternativas está a busca por benefícios fiscais para o setor calçadista. No inicio da semana o Governo do Estado reduziu o ICMS para os produtores de suínos, que deixarão de ser tributados em 12% ficando o imposto em 6%, o que deve impulsionar o setor.
Para os empresários do setor o momento também é de apreensão. O Governo Federal pretende acabar com a desoneração da folha de pagamento elevando a taxa de 1,5% para 20% o que pode estimular as demissões no setor. Dados do Caged apresentados pela prefeitura são de janeiro a maio de 2017, e mostram que foram demitidos na indústria 1.359 trabalhadores e contratados 2.106 nesse período.