O último foco de febre aftosa foi registrado em Santa Catarina em 1993. Desde 2000 o estado não vacina mais o rebanho contra a doença e em maio de 2007 se tornou o único do país a conquistar o certificado de zona livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Esse status sanitário diferenciado possibilitou a entrada dos produtos catarinenses em mercados internacionais.
A conquista do certificado internacional foi fundamental para que o estado se tornasse o maior produtor nacional de suínos e o segundo maior produtor de aves, chegando aos mercados mais exigentes do mundo, conforme o secretário de Estado de Agricultura e Pesca, Moacir Sopelsa. “A sanidade do nosso rebanho é o grande diferencial de Santa Catarina.”
O presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural da Assembleia Legislativa, deputado Natalino Lázare (PR), opinou que o certificado como área livre de febre aftosa credencia Santa Catarina perante o mundo dos negócios. “É um trabalho fantástico que foi desenvolvido pelo governo do Estado há muitos anos, especialmente a Secretaria de Agricultura e a Cidasc [Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola], que é o órgão responsável por essa certificação. Tem também muita participação das nossas agroindústrias que colaboram e foram participantes desse programa, e tem muitíssima participação do nosso produtor, porque é uma cadeia de responsabilidades”, enfatizou Lázare.
O esforço pelo controle e erradicação da febre aftosa iniciou ainda na década de 1960, período em que a doença estava espalhada por todo o estado e dizimava rebanhos inteiros. “Tivemos épocas em que havia mais de 400 focos de febre aftosa no estado. Isso era um prejuízo incalculável.” A orientação técnica seguida foi vacinar 100% do rebanho até a erradicação da doença viral e impedir a entrada de animais vivos no estado.
Para preservar o status sanitário e manter o certificado, emitido no dia 25 de maio de 2007, Santa Catarina precisa manter as barreiras sanitárias em suas divisas. “Torço muito que o Paraná e o Rio Grande do Sul possam entrar nesse status de deixar de vacinar para nos protegermos juntos, pois custa muito manter esse isolamento do restante do país”, disse Sopelsa. A fiscalização sanitária no estado é realizada pela Cidasc.
O que é
A febre aftosa é uma doença viral altamente infecciosa, que acomete animais de casco bipartido, como bovinos, bubalinos, ovinos, caprinos e suínos. O contágio se dá por contato direto com animais infectados. No Brasil, a prevenção dessa doença é feita por meio de vacina obrigatória aplicada a cada seis meses, a partir do terceiro mês de vida do animal. A doença não apresenta risco para a saúde humana.
Foto: Agência AL