Uma pesquisa divulgada na quarta-feira (13) pela revista científica The BMJ revelou uma significativa redução na taxa de mortalidade por câncer no Reino Unido entre os anos de 1993 e 2018. Embora o país tenha registrado um aumento no número total de casos da doença, houve uma queda notável nas mortes associadas ao câncer.
Os dados analisados destacam uma diminuição de 37% na taxa de mortalidade entre homens com idades entre 35 e 69 anos, e uma redução de 33% entre mulheres na mesma faixa etária.
Jon Shelton, pesquisador do Cancer Research UK e um dos líderes do estudo, explica que as melhorias observadas na mortalidade por câncer ao longo dos últimos 25 anos resultam de avanços em diversas áreas, especialmente na prevenção. Ele destaca que políticas como a redução da prevalência do tabagismo, impulsionada por proibições de publicidade, aumento de impostos e restrições ao fumo em ambientes fechados, contribuíram significativamente para esse progresso.
Além disso, Shelton ressalta o impacto positivo dos programas de rastreamento, que levaram a avanços no diagnóstico precoce e a tratamentos mais especializados. Essas medidas, segundo ele, foram cruciais para a redução da mortalidade por câncer em quase todos os tipos da doença, exceto pelo câncer de fígado, boca e útero, que apresentaram estabilidade ou aumento.
Apesar do aumento de 57% nos casos de câncer entre homens e 48% entre mulheres, a pesquisa indica que não houve um crescimento generalizado na incidência da doença na população do país durante o período estudado.
Os pesquisadores enfatizam que a precisão do diagnóstico é mais elevada em faixas etárias específicas, como entre 35 e 69 anos, o que torna os dados mais confiáveis e fáceis de interpretar.
Os avanços tecnológicos e os tratamentos disponíveis foram identificados como os principais impulsionadores para a queda na mortalidade por câncer. No entanto, o aumento nos casos de certos tipos da doença, associados à obesidade e ao consumo excessivo de álcool, alerta para a necessidade de políticas de saúde mais eficazes nos próximos anos.
O estudo serve como referência para a próxima década e destaca a importância de iniciativas que visem reduzir os fatores de risco associados ao câncer, além de investimentos contínuos em prevenção, diagnóstico precoce e tratamentos mais eficazes.