
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) confirmou nesta quarta-feira, 23 de julho de 2025, que uma falha no sistema Sisbajud — ferramenta de consulta e bloqueio de ativos financeiros utilizada pelo Judiciário — resultou no vazamento de dados cadastrais de mais de 11 milhões de brasileiros.
Segundo o CNJ e o Banco Central, o incidente ocorreu entre os dias 20 e 21 de julho. Foram expostos dados como o nome do titular, chave Pix, nome do banco, número da agência e da conta. Apesar da gravidade da falha, os órgãos garantem que não houve acesso a informações consideradas sigilosas, como saldos, extratos, senhas ou movimentações financeiras.
O Banco Central classificou o episódio como o maior vazamento envolvendo dados do Pix desde a criação do sistema. A instituição ressaltou, no entanto, que os dados acessados não permitiriam movimentações bancárias ou transferências de valores, tratando-se apenas de informações cadastrais.
Após detectar o problema, o CNJ adotou medidas emergenciais para corrigir a vulnerabilidade e comunicou oficialmente a Polícia Federal e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). O órgão também informou que não enviará mensagens por telefone, e-mail ou SMS para os afetados, mas disponibilizará um canal de consulta oficial por meio de seu site institucional.
Especialistas em segurança digital alertam que, mesmo sem acesso a informações bancárias completas, criminosos podem utilizar os dados expostos em tentativas de golpes e fraudes, como o envio de mensagens falsas (phishing) ou engenharia social. Por isso, é recomendável que os usuários redobrem a atenção com contatos suspeitos, evitem clicar em links desconhecidos e mantenham senhas atualizadas.
A falha reforça a necessidade de observância rigorosa à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que determina que órgãos públicos e empresas comuniquem imediatamente qualquer incidente de segurança que possa representar risco aos titulares dos dados. O CNJ informou que o sistema Sisbajud já está funcionando normalmente e que novas revisões de segurança serão realizadas para evitar que falhas semelhantes ocorram novamente.
A recomendação para quem teme ter sido afetado é acompanhar os canais oficiais do CNJ e, se necessário, buscar orientações junto à instituição bancária sobre medidas de segurança adicionais.