
A Câmara dos Deputados acelerou o trâmite do PL 1.087/2025, que amplia a isenção do Imposto de Renda para contribuintes com rendimento de até R$ 5 mil mensais, a partir de 2026. A proposta, relatada pelo deputado Arthur Lira, foi aprovada com pedido de urgência no dia 21 de agosto e deve chegar ao plenário em breve.
Atualmente, está isento quem ganha até R$ 3.036 mensais. Com o novo teto, estima-se que 20 milhões de trabalhadores sejam beneficiados — incluindo professores, motoristas, enfermeiros e autônomos — que terão alívio direto no salário líquido. Quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 também terá desconto parcial, conforme progressão prevista no projeto.
Para compensar a perda estimada em cerca de R$ 25 bilhões na arrecadação, a proposta prevê a cobrança de 10% de alíquota mínima progressiva sobre rendimentos anuais superiores a R$ 600 mil. De acordo com análises econômicas, o grupo de 0,1% mais rico do país — cerca de 200 mil pessoas — será o principal responsável por essa compensação fiscal.
O governo defende que a mudança corrige uma defasagem histórica da tabela do Imposto de Renda, acumulada ao longo de anos sem atualização. Já entidades de auditores e especialistas em finanças públicas afirmam que a proposta aumenta a justiça tributária no Brasil, uma vez que reduz o peso do imposto para a classe média e transfere maior responsabilidade fiscal aos mais ricos.