
O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta terça-feira ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus acusados de participar de uma trama golpista para romper a ordem democrática. A abertura dos trabalhos foi marcada por um desfalque significativo: um dos principais acusados não compareceu à sessão inicial, o que alterou a dinâmica planejada pelo tribunal.
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República e envolve oito pessoas ligadas ao núcleo mais próximo de Bolsonaro, incluindo militares e integrantes de seu círculo institucional. A ausência de um dos réus logo no primeiro dia gerou repercussão, embora os motivos oficiais não tenham sido esclarecidos. Até o momento, não se sabe se a falta está relacionada a problemas de saúde, decisão estratégica ou medida judicial.
O julgamento acontece em meio a um aparato de segurança reforçado em Brasília. Desde a véspera, o STF recebeu apoio da Polícia Militar do Distrito Federal, da Polícia Judiciária Federal e da Secretaria de Segurança Pública do DF. O esquema inclui monitoramento aéreo com drones, revistas preventivas e acompanhamento da inteligência integrada, com previsão de permanecer ativo até 12 de setembro.
Além do impacto jurídico, a sessão tem forte peso político, já que ocorre a menos de um ano das eleições de 2026. Parlamentares aliados de Bolsonaro se manifestaram contra o processo. O senador Márcio Bittar (PL-AC) classificou a ação como “a maior fraude jurídica da história do Brasil” e afirmou que não há provas que incriminem o ex-presidente, sustentando que o verdadeiro objetivo seria impedir sua participação no pleito do próximo ano.
Com desfalques, segurança reforçada e um clima de polarização, o julgamento se inicia em meio a grande expectativa nacional e internacional, marcando mais um capítulo da crise política e institucional que envolve o ex-presidente e seus aliados.