
Mais de 2 milhões de domicílios brasileiros deixaram o programa Bolsa Família ao longo de 2025, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento Social. Desse total, cerca de 1,3 milhão de famílias saíram do programa por terem aumento na renda, enquanto outras 726 mil passaram a receber um valor menor por ultrapassarem o limite de elegibilidade. Aproximadamente 25 mil famílias optaram pelo desligamento voluntário.
Em outubro, o programa atendia cerca de 18,9 milhões de famílias — o menor número desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o governo federal, a principal razão para a saída de tantas famílias é a melhoria das condições econômicas. O aumento do emprego formal e o crescimento de atividades empreendedoras têm contribuído para que muitos beneficiários ultrapassem o limite de renda do programa.
Pelas regras atuais, podem participar do Bolsa Família as famílias com renda per capita de até R$ 218 por mês. Caso essa renda ultrapasse o valor, mas ainda fique abaixo de meio salário mínimo (cerca de R$ 706), o beneficiário pode permanecer na chamada “regra de proteção”, recebendo o auxílio em valor reduzido por até 24 meses. Passado esse período, ou se a renda continuar a subir, o desligamento é automático.
Especialistas avaliam que o movimento é positivo por indicar avanço econômico e melhora nas condições de vida de parte da população. No entanto, reforçam que é necessário manter políticas de transição e acompanhamento para garantir que as famílias continuem em estabilidade e não voltem à situação de vulnerabilidade.
Com o mercado de trabalho aquecido e programas de qualificação e empreendedorismo em expansão, a expectativa é de que o número de famílias que deixam o Bolsa Família por aumento de renda continue crescendo. O desafio do governo, agora, é assegurar que essa saída represente uma mudança duradoura na vida dessas pessoas, e não apenas um alívio temporário.








