O ato, convocado pela principal central sindical do país, conta com a participação de funcionários de setores como bancos, comércio e caminhoneiros. O governo expressa preocupação com os danos financeiros causados pelo protesto. Esta é a primeira paralisação geral contra as políticas econômicas do governo Milei, com uma marcha em direção ao Congresso em Buenos Aires.
Sob a consigna “o país não está à venda”, a paralisação liderada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) iniciou ao meio-dia, com duração prevista de 12 horas. A Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA) e setores do peronismo também aderiram. O governo Milei implementou bloqueios para evitar que manifestantes alcancem o Congresso Nacional, gerando críticas quanto à restrição do direito de reunião. O “protocolo antipiquetes” foi aplicado, restringindo a presença dos manifestantes às calçadas.
Apesar da paralisação, muitos estabelecimentos comerciais operam normalmente em Buenos Aires. Bancos funcionaram até o meio-dia, contrariando as previsões de fechamento. O transporte público, incluindo ônibus, trens e metrô, operará até às 19h, parando até à meia-noite para permitir a participação nas manifestações. Além de Buenos Aires, protestos ocorrem em Mar del Plata e na província de Misiones.
O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, participa do protesto como manifestante, gerando críticas da ministra da Segurança, Patricia Bullrich, que argumenta que ele deveria fazer cumprir a lei. Trabalhadores do transporte aéreo aderiram ao movimento, resultando no cancelamento de voos, incluindo 33 da Gol e da Latam, impactando turistas brasileiros e argentinos. Caminhoneiros também se juntaram à paralisação.
O protesto tem como alvo o “decretaço”, uma Medida Provisória que altera aspectos econômicos e trabalhistas, e a lei omnibus, que concede “superpoderes” a Milei e prevê a privatização de empresas estatais. A Argentina enfrenta uma grave crise econômica, com cerca de 40% da população na pobreza e uma inflação de 211,4% em 2023. O governo Milei defende as medidas como necessárias para estabilizar a economia, equilibrar as contas públicas e reduzir a inflação.