O número de casos de dengue no Brasil, durante as quatro primeiras semanas de 2024, ultrapassou 217 mil, de acordo com informações atualizadas pelo Ministério da Saúde em 30 de janeiro. Esse valor representa mais que o triplo dos casos notificados no mesmo período em 2023, que totalizaram 65.366.
O Ministério da Saúde anunciou o início da vacinação contra a dengue em fevereiro, abrangendo aproximadamente 500 municípios distribuídos em 16 estados. A campanha visa prioritariamente crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, considerados o grupo com maior número de internações devido à doença.
O painel de monitoramento de arboviroses do governo identificou 15 mortes por dengue em 2024, enquanto 149 óbitos estão sob investigação. Em comparação, no mesmo período de 2023, foram registradas 41 mortes.
O aumento significativo nos casos de dengue em 2024 é atribuído a fatores como a combinação de calor intenso e chuvas abundantes, possivelmente relacionadas aos efeitos do El Niño, além do ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil.
O infectologista Stefan Cunha Ujvari explicou que a incidência periódica de epidemias de dengue é esperada, sendo influenciada por diversos fatores, como o aumento de temperatura, favorável à proliferação do mosquito Aedes aegypti, e períodos de chuvas intensas, frequentemente associados ao El Niño.
A vacinação contra a dengue no Brasil teve início em fevereiro, após a incorporação da vacina Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro do ano anterior. Cerca de 500 municípios em 16 estados foram incluídos na campanha, priorizando adolescentes de 10 a 14 anos de idade devido ao maior número de internações nesse grupo.
A Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. A vacina, aplicada em duas doses com intervalo de três meses, contém vírus vivos atenuados da dengue, proporcionando imunização contra os quatro sorotipos do vírus.
É fundamental compreender que a dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, e seus sintomas incluem febre alta, dores no corpo e articulações, mal-estar, entre outros. Medidas preventivas, como eliminar focos de água parada, são cruciais para evitar a propagação do mosquito transmissor.