Acontece na próxima segunda-feira, 14, o pouso da aeronave, conduzindo o Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, e outras autoridades, no gramado do campo de futebol de Colônia. A comitiva se dirigirá a Igreja São José, onde participa de celebração com a comunidade local e convidados, marcando o 180º. aniversário de início da imigração italiana no Brasil, com a instalação da Colônia Nova Itália (hoje Colônia), no vale do Rio Tijucas, por 132 imigrantes católicos provenientes do Reino da Sardenha.
Como organizador da visita do Príncipe Imperial do Brasil a Santa Catarina, destacamos que além de fazer justiça histórica à pioneira colônia de italianos no Brasil, pois muitas fontes historiográficas e grandes mídias omitem o fato, queremos mais intensamente resgatar e perenizar a memória destes pioneiros, que no ano da graça do Senhor de 1836, instalaram a colônia Nova Itália. E a vinda do Príncipe realça a efeméride e a vincula as comemorações do bicentenário da Proclamação da Independência e da fundação do Império do Brasil.
Príncipe Imperial do Brasil, Dom Bertrand nasceu em 2 de fevereiro de 1941 no sul da França, onde o exílio da família imperial brasileira e a II Guerra Mundial retiveram seus pais. O Príncipe veio para o Brasil logo após o término do conflito. Realizou a parte final de seus estudos secundários no Colégio Santo Inácio, dos padres jesuítas, no Rio de Janeiro. Cursou a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), formando-se advogado em 1964.
Desde muito jovem, recebeu formação católica, tendo realizado frequentes viagens à Europa, uma das quais se deu durante toda a primeira Sessão do Concílio Ecumênico Vaticano II, quando o jovem Príncipe tomou estreito contato com a intelectualidade católica acorrida a Roma para o magno evento. Piloto civil, é reservista da Força Aérea Brasileira (FAB). Quanto à soberania nacional, Dom Bertrand alerta sobre os perigos contra os direitos nacionais sobre a Amazônia. Pela mesma razão julga imperioso prestigiar o militar e o policial contra as campanhas que visam ao descrédito das Forças Armadas.
A Colônia Pioneira
A Colônia Nova Itália (também conhecida por Dom Afonso) foi instalada no ano da graça do Senhor de 1836, com a chegada da Europa de 132 imigrantes católicos do Reino da Sardenha, sob a liderança do italiano inglês Carlos Demaria e do suíço Henrique Schutel, no médio vale do Tijucas Grande. Este território então pertencente ao município de São Miguel, que fora criado em 17 de maio de 1833.
A freguesia (paróquia) de São Miguel da Terra Firme, criada em 1748, e que deu origem ao Município de São Miguel (desde 1910, Biguaçu) constituiu-se na primeira das três freguesias (paróquias) criadas na então capitania de Santa Catarina, juntamente com as freguesias da Lagoa da Conceição (1750), na Ilha de Santa Catarina e de Nossa Senhora do Rosário de Enseada de Brito (1750), no território do hoje município de Palhoça.
Para que há exatos 180 anos fosse instalada a Colônia Nova Itália, o governo provincial catarinense fez aos empreendedores uma concessão especial de mil braças, com caráter provisório e ainda não demarcadas, à qual foi posteriormente acrescida outra de duas léguas em quadro, compreendendo as duas margens do rio Tijucas Grande.
Na visita a São João Batista, na próxima sexta-feira, estarei acompanhando a Dra. Danielle Mariel Heil, Subprocuradora Geral do Município de Brusque e Professora do Curso de Direito do Centro Universitário de Brusque, Secretária Executiva do Ciclo Brusquense de Conferências Magnas Temáticas alusivas ao Bicentenário da Independência do Brasil e da Comissão Organizadora da Visita de Dom Bertrand a Santa Catarina, além de integrantes da Comissão Organizadora Local de São João Batista.
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