
A Polícia Civil de Santa Catarina informou neste domingo (22) que o piloto e o proprietário da empresa responsável pelo balão que caiu em Praia Grande, no Sul do estado, podem ser presos, caso as investigações apontem negligência ou responsabilidade criminal pelo acidente que deixou oito mortos.
O balão pertencia à empresa Sobrevoar Serviços Turísticos e fazia um voo panorâmico com 21 pessoas a bordo no sábado (21), quando pegou fogo e caiu. O piloto e 12 passageiros conseguiram pular antes da queda. As oito vítimas fatais não conseguiram deixar o cesto e morreram, quatro delas carbonizadas.
De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, os indícios iniciais apontam para a possibilidade de homicídio culposo (sem intenção), mas ainda não está descartada a hipótese de dolo eventual, caso seja comprovado que houve desrespeito a normas de segurança ou condições climáticas adversas.
A Polícia Científica está analisando as causas do incêndio, que teria começado em um dos maçaricos utilizados para manter o balão no ar. O piloto prestou depoimento e relatou que tentou realizar um pouso de emergência após identificar o fogo, orientando os passageiros a pularem para minimizar os riscos.
A investigação também envolve a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que analisam a documentação da empresa, o plano de voo e as condições técnicas do balão.
Segundo a Polícia Civil, há evidências de que o voo pode ter ocorrido sob condições meteorológicas desfavoráveis, com instabilidades na região no momento do acidente. A empresa informou em nota que o piloto é experiente e que todas as licenças estavam em dia. Também comunicou a suspensão de todos os voos por tempo indeterminado.
A tragédia gerou grande comoção em Santa Catarina. O governo estadual decretou luto oficial de três dias. As famílias das vítimas começaram a receber apoio psicológico e assistência social.
A Polícia Civil continuará ouvindo testemunhas e aguardará os laudos técnicos para decidir se o piloto e o dono da empresa serão indiciados criminalmente. A expectativa é de que os primeiros resultados da perícia sejam divulgados nos próximos dias.