
Uma solução inovadora para a mobilidade no litoral de Santa Catarina está prestes a ser apresentada. O projeto do planador marítimo elétrico Seaglider, desenvolvido pela empresa americana Regent Craft, será destaque em um evento na próxima terça-feira (18), na Fiesc. Com capacidade para 12 passageiros e velocidade de até 289 km/h, a iniciativa tem apoio de Lars Grael, medalhista olímpico brasileiro.
A proposta, coordenada pela Secretaria Executiva de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos (SAI/SC), busca oferecer um transporte rápido entre cidades litorâneas, portos e aeroportos do estado. O investimento será 100% privado, sem uso de recursos públicos, e apresenta a possibilidade de atrair capital humano e tecnológico para Santa Catarina, incluindo a criação de um Centro de Inovação e até a fabricação do Seaglider no estado.
— É uma ótima ideia. Conhecendo a costa catarinense, acredito que é viável, mas é fundamental pactuar com a Marinha do Brasil e considerar rotas de navios, barcos de pesca, veleiros e embarcações recreativas — destacou Lars Grael, que também pontuou a necessidade de avaliar limitações como condições de ondas, ventos e visibilidade.
O processo de homologação do Seaglider em Santa Catarina pode levar até quatro anos. Essa é apenas uma das etapas para viabilizar a implementação desse novo modal no estado. Embora não seja uma solução para os congestionamentos crônicos nas BRs e SCs, o projeto promete transformar as opções de transporte para curtas distâncias.
Enquanto o Seaglider avança, os problemas de mobilidade na Grande Florianópolis seguem como prioridade nos estudos do Banco Mundial, em parceria com o governo catarinense. A atualização do Plano de Mobilidade Urbana da Grande Florianópolis (Plamus) inclui a implementação de corredores exclusivos para ônibus rápido (BRT) com veículos 100% elétricos.
Será necessário um estudo detalhado de origem e destino das viagens para planejar a integração regional e traçar as bases para uma Parceria Público-Privada, com expectativa de avanços entre 2028 e 2029. No entanto, o histórico de promessas não realizadas, como transporte marítimo, metrô de superfície e teleférico, gera desconfiança entre os moradores.