A partir desta segunda-feira (4), a vacina oral contra poliomielite, conhecida como “gotinha”, não será mais utilizada. As duas doses de reforço da vacina oral bivalente (VOPb) serão substituídas por uma dose da vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável. Dessa forma, o esquema vacinal contra a poliomielite será composto exclusivamente pela VIP.
A decisão, anunciada pelo Ministério da Saúde em setembro, é baseada em critérios epidemiológicos, evidências científicas e recomendações internacionais, com o objetivo de tornar o esquema vacinal ainda mais seguro. Essa atualização já é aplicada em países como os Estados Unidos e algumas nações europeias.
Atualmente, o esquema vacinal inclui três doses da VIP aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de duas doses de reforço da VOPb aos 15 meses e aos 4 anos. A vacina oral contra a poliomielite, desenvolvida na década de 1950 pelo microbiologista Albert Sabin, foi fundamental para alcançar altas coberturas vacinais e eliminar o vírus em diversos países.
No Brasil, a vacina oral foi crucial na erradicação da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, e ajudou a criar o famoso símbolo das campanhas de vacinação, Zé Gotinha. Desde 1994, o país é oficialmente livre da doença, e o último caso registrado foi em 1989.
Com a mudança, o novo esquema vacinal será:
2 meses: 1ª dose
4 meses: 2ª dose
6 meses: 3ª dose
15 meses: dose de reforço
O Brasil se destaca no avanço das coberturas vacinais, que aumentaram de 77,20% em 2022 para 86,55% em 2023. Graças às campanhas de vacinação, o vírus selvagem da poliomielite atualmente circula apenas em dois países: Afeganistão o e Paquistão.
A poliomielite é uma doença contagiosa que pode infectar crianças e adultos através do contato direto com fezes ou secreções de pessoas infectadas. Suas consequências incluem sequelas motoras, como diminuição da força muscular e dores nas articulações. Não há cura para a poliomielite, sendo a prevenção a melhor forma de proteção.
Além da vacinação, medidas preventivas incluem lavar bem as mãos, cuidar do preparo dos alimentos e consumir água tratada. Embora a doença seja mais comum em crianças, também pode afetar adultos não imunizados.