Tiago Maestri, empresário de Nova Trento, foi denunciado por suposto envolvimento em esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na Prefeitura de Brusque, que pode ter gerado prejuízo aos cofres públicos que ultrapassa R$ 1,2 milhão. Além do neotrentino, foram denunciados pelo Ministério Públicos de Santa Catarina (MP-SC), o ex-prefeito Ciro Roza e Milton da Silva, nome ligado a Ciro.
O Ministério Público fez a denúncia apontando indícios de desvio de dinheiro da Prefeitura de Brusque entre 2007 e 2008, conforme reportagem publicada no jornal Município Dia a Dia. De acordo com a promotoria, o ex-prefeito teria realizado duas licitações no valor de R$ 645 mil cada para comprar quatro mil toras de eucalipto. Segundo o MP, as irregularidades vão desde o princípio do processo, na redação do edital, que não detalhava o uso das madeiras.
Investigação entregue ao juiz da Vara Criminal, Edemar Leopoldo Schlösser, mostra que a empresa do neotrentino Tiago Maestri, pagou menos que o preço de mercado para vencer a licitação. A prática, de acordo com o promotor Daniel Wstphal Taylor, “é comum no crime organizado, onde se subfatura o processo licitatório”, já com a intenção de não entregar o contratado, e assim obter lucros.
Assessores jurídicos e a comissão de licitação da Prefeitura de Brusque teriam emitido avisos, alertando para as irregularidades. Após as licitações, Ciro Roza teria dado início a um esquema para lavar o dinheiro. Milton da Silva teria recebido R$ 500 mil, parte em cheques da prefeitura, e outra de Tiago Maestri, e com o dinheiro comprado terrenos da própria Prefeitura.
Nas mãos do juiz foram entregues documentos, cheques, despachos e os depoimentos obtidos pelo Ministério Público. Com a denúncia aceita, o magistrado permitiu que o processo siga. Ao jornal Município, Tiago Maestri afirmou que as mercadorias foram entregues e recebidas pela Secretaria de Obras conforme a ordem da compra. Já o advogado de Ciro Roza, Paulo Portalete, afirmo que o ex-prefeito ainda não havia sido comunicado da ação criminal.
SOBRE O ESQUEMA:
De acordo com o Ministério Público, o esquema de corrupção teve início em agosto de 2007, quando Ciro Roza abriu licitação para compra de duas mil vigas de eucalipto. A única empresa que compareceu foi a Tiago Maestri ME, do empresário Tiago Maestri, de Nova Trento. O lance foi de R$ 645 mil.
Em fevereiro de 2008 uma nova licitação, com mesmo teor, teria sido aberta pela Prefeitura de Brusque. Novamente o vencedor foi Tiago Maestri. O contrato foi formalizado no mesmo mês. Entre os meses de outubro e novembro, a prefeitura teria recebido 945 vagas, mas de acordo com a promotoria, nenhuma das adquiridas de Maestri teriam sido entregues.
O promotor aponta na denúncia, que após a licitação irregular que beneficio Tiago Maestri, R$ 500 mil do dinheiro retornaria para Ciro Roza. Um terreno da prefeitura foi adquirido em leilão dado por Milton da Silva, a mando de Maestri, com lance de R$ 2 milhões. Parte do pagamento foi feito com dois cheques emitidos pela própria prefeitura de Brusque em favor da empresa de Tiago Maestri ME. A promotoria garante que o contrato para compra do terreno era uma farsa, utilizada para lavar os R$ 500 mil.
Ministério Público pede na ação que Ciro Roza e Tiago Maestri sejam condenados por corrupção, e Milton da Silva por lavagem de dinheiro.