Se quiserem seduzir o eleitorado batistense, os sete pré-candidatos a prefeito e os mais de 100 nomes que pretendem disputar uma vaga na Câmara de Vereadores, terão que conversar diretamente com as pessoas, e abandonar a intermediação dos partidos políticos. Pesquisa realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas no município, revela que 81,9% dos batistenses não gostam e não simpatizam com nenhum partido político, e esse é um alerta.
Desgosto do cidadão já vem das últimas eleições. Em 2018 quando foram eleitos presidente, governador e deputados, 18,08% do eleitorado da cidade deixou de ir às urnas, uma soma de 3.857 pessoas que estavam habilitadas pela Justiça Eleitoral. Em 2014 as abstenções já haviam apresentado crescimento e ficado em 16%, média idêntica à registrada em Santa Catarina. Ou seja, os dados revelam que a irritação vem em curva ascendente.
Na eleição municipal de 2016, os eleitores que deixaram de votar, surpreenderam. Foram 2.511 abstenções, 202 votos brancos e 454 nulos. Quatro anos antes, a abstenção em São João Batista tinha sido de 1.809, o que deixa claro o distanciamento cada vez maior do eleitor com os políticos. Descrença, corrupção, brigas partidárias e pessoais encampadas por lideranças, somam-se a falta de perspectiva de mudanças, que afasta o cidadão da política.
O desinteresse pelas eleições se confunde com um profundo sentimento de desilusão e desesperança, na medida em que o eleitor, já informado do passado e escolado pelo que presencia diariamente, não vislumbra a eleição como meio eficaz para por fim à inesgotável de maldades perpetradas por aqueles que elegeu, ainda que sempre estivesse apenas a vontade de escolher “os menos piores”.
É uma pena que tal situação contamine a próxima eleição municipal porque o poder local é aquele que está mais próximo das pessoas. Há muitas funções essenciais, especialmente para os mais pobres, que estão a cargo das prefeituras.
São muitos os motivos para que haja interesse pelas eleições municipais, e os políticos precisam fazer sua parte em engajar o cidadão, faze-lo ir as urnas. Só nos resta esperar que, à medida que outubro se aproxime, a população deixe de lado a indiferença e se engaje na discussão sobre o futuro de sua cidade. Pela base das últimas eleições em São João Batista, no entanto, não há motivo para esperança. É possível que as abstenções batam recorde em novembro.