“Futuramente pode ter uma campanha mais bonita, sem dinheiro. Se botar salário baixo, tem pouca gente com interesse em ser vereador. Tem muita gente aqui dentro, o maior interesse é pelo dinheiro, não pelo município”, disse o vereador Gilberto Montibeller (PMDB), em discurso na sessão da Câmara desta segunda-feira (24). O assunto dominou os debates na reunião, com a maioria dos parlamentares discursando contra a alteração na remuneração.
Proposta do emedebista não entrou na pauta de discussão e o presidente do Legislativo, Carlos Francisco da Silva (PP), garantiu que não vai colocar votação. Se fosse aprovado, remuneração dos parlamentares baixaria para R$ 900 durante os últimos meses de 2015 e em 2016. Na cidade de Tijucas, projeto semelhante já está em tramitação. Lei que deve entrar na pauta nos próximos dias, pretende reduzir o subsídio de R$ 6,54 mil para R$ 2,62 mil.
Os debates em torno do assunto devem se estender. Grupos se formam nas redes sociais para mobilizar a sociedade. Além disso, o tom dos pronunciamentos inflam os ânimos e dão mais destaque ao tema. Sebastião Formento (PTB), lembrou que apesar de buscar a redução salarial, Gilberto Montibeller não mostra disposição em participar das reuniões das comissões que acontecem as sextas-feiras.
Fernando Perão (PSD) apresentou cópia de indicação de 2014, em que o emedebista pede que sejam contratados assessores parlamentares para todos os vereadores. Já o presidente do Legislativo, Carlos Francisco da Silva (PP), afirmou que a Câmara de Vereadores de São João Batista, é a que apresenta a menor proporção de gastos no Vale do Rio Tijucas.
Ele afirmou no discurso que a soma de todos os pagamentos da Câmara, atinge R$ 62 mil por mês. “Nós recebemos R$ 125 mil por mês e fazemos economia, que vamos devolver no fim de ano”, argumenta. Dos nove vereadores em exercício no município, sete se manifestaram contra a proposta de cortar os salários. Nos discursos argumentam que economia poderia ser gerada pela própria prefeitura, se reduzisse os gastos com comissionados. Dos quase R$ 5 milhões em arrecadação, pouco mais de R$ 2 milhões são consumidos pela folha de pagamento.
Silva argumenta que a remuneração atual dos parlamentares foi aprovada pela legislatura passada, e que a atual só vai mexer nos subsídios que valerão para 2017. “Essa mesa diretora não vai mexer em salário de vereador. Não vai mexer. Vai cumprir o que é correto. Nenhum centavo”, afirmou. Com os próprios parlamentares estimulando o debate da proposta, tema deverá seguir na pauta e nas rodas de conversas da cidade e nas redes sociais.