Segundo o sindicato representante, a greve afeta todos os 1.064 colégios sob administração do governo catarinense. Na terça-feira, cerca de 30% dos profissionais participaram das mobilizações.
Evandro Accadrolli, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte), informou que há um total de 43.766 trabalhadores contratados na rede estadual de ensino, atendendo a mais de meio milhão de estudantes. Desse contingente, aproximadamente 32 mil são empregados em caráter temporário (ACTs), enfrentando períodos de desemprego entre dois a três anos devido à falta de concursos públicos ou chamadas para aqueles que passaram na prova.
Accadrolli destaca que o último concurso público para trabalhadores em educação foi realizado em 2004, havendo um concurso em 2017 que, devido à pandemia, resultou em poucas contratações, não sendo considerado efetivo. Ele ressalta a necessidade de novos concursos para suprir essa demanda.
O número de grevistas pode aumentar, com 260 profissionais aderindo em Joinville e 250 em Criciúma. As regionais de Blumenau e Florianópolis não divulgaram seus números.
Com pouco mais de 5 mil trabalhadores em greve em todo o estado, o sindicato espera que esse número cresça a partir de hoje. As reivindicações incluem além de novos concursos públicos, o reajuste do Piso Nacional Salarial por meio da descompactação da tabela, aplicação da hora atividade para todos os trabalhadores da educação, revogação do desconto de 14% na folha de pagamento dos aposentados, e melhorias na estrutura escolar.
A reportagem tentou contatar a Secretaria de Estado de Educação (SED) para verificar o impacto da mobilização nas escolas, porém não obteve resposta até o fechamento deste texto.
Durante coletiva de imprensa na terça-feira, o secretário de Administração de Santa Catarina, Vânio Boing, afirmou que a descompactação da tabela salarial, principal demanda dos professores, resultaria em um aumento de R$ 4,5 bilhões na folha de pagamento do estado. Ele também apresentou números que indicam que os servidores da educação representam 51% do quadro, com um aumento de 65% na folha de pagamento entre 2018 e 2023. O total pago aos servidores de todas as pastas é de cerca de R$ 19 bilhões, aproximadamente metade da arrecadação total do estado. Boing destacou que “Santa Catarina paga bem”.
Outra demanda da greve é a realização de um novo concurso público, para o qual Boing afirmou que o governo do estado deve abrir até o final do ano, com 10 mil vagas, sendo que o edital deve ser publicado até junho. Esses novos servidores estarão sob o novo sistema de previdência do estado.