
Santa Catarina vive um cenário de alerta em saúde pública devido ao crescimento expressivo de casos de doenças respiratórias, especialmente a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, o estado já ultrapassou 8 mil notificações da doença somente no primeiro semestre de 2025.
A elevação nos casos acompanha a chegada do inverno, período que tradicionalmente favorece a circulação de vírus respiratórios como a influenza, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o coronavírus. O clima frio e seco contribui para o agravamento dos quadros respiratórios, especialmente entre crianças e idosos.
O avanço da SRAG provocou um aumento significativo na ocupação de leitos de terapia intensiva. No início de junho, a taxa de ocupação das UTIs chegou a 93% em média, com algumas regiões atingindo até 98%, como o Grande Oeste. Em resposta à situação crítica, o governo estadual decretou situação de emergência em saúde pública no dia 12 de junho. O decreto tem validade de 180 dias e permite a adoção de medidas extraordinárias, como a contratação emergencial de profissionais, ampliação de leitos e requisição de equipamentos.
Entre os grupos mais afetados estão as crianças com menos de cinco anos e os idosos com mais de 60 anos. O Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, registrou um aumento de 84,6% nas internações por SRAG entre janeiro e abril, em comparação com o mesmo período de 2024. Das 677 internações, 438 ocorreram em bebês com menos de dois anos.
No total, o estado já contabilizou 142 mortes relacionadas a doenças respiratórias graves neste ano. A maior parte dos óbitos ocorreu entre os idosos, que representam cerca de 47% dos casos graves.
Diante do cenário, a Secretaria de Saúde intensificou a campanha de vacinação contra a gripe, especialmente entre os grupos prioritários. Também foram abertas novas vagas em hospitais e firmadas parcerias com unidades privadas para atender à demanda crescente.
A população é orientada a manter a carteira de vacinação em dia, procurar atendimento médico nos primeiros sintomas e seguir medidas preventivas, como evitar aglomerações em ambientes fechados, manter boa higiene das mãos e utilizar máscara em locais de risco.
O aumento expressivo de doenças respiratórias em Santa Catarina acende um alerta para o reforço da atenção básica, ampliação da vacinação e conscientização da população. A resposta rápida das autoridades tem sido essencial para conter o avanço dos casos, mas a participação da sociedade continua sendo fundamental na prevenção e no controle da crise respiratória enfrentada neste inverno.