
Santa Catarina registrou um aumento expressivo nos atendimentos relacionados à hipertensão pelo Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com dados recentes do Ministério da Saúde, em apenas quatro anos o crescimento foi de 328,2%, superando a média nacional e chamando a atenção de autoridades e profissionais da área.
A hipertensão arterial é considerada uma das principais doenças crônicas da atualidade e um fator de risco para complicações graves, como infarto, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e problemas renais. O crescimento tão acentuado nos registros levanta uma série de hipóteses. Entre elas estão o envelhecimento da população catarinense, a ampliação do rastreamento e diagnóstico precoce, mudanças nos hábitos de vida, como alimentação inadequada e sedentarismo, além do possível impacto de maior informatização e melhoria dos registros do SUS.
Especialistas alertam que, embora parte desse aumento possa refletir avanços na detecção, também pode indicar uma piora efetiva das condições de saúde da população. O estresse, a obesidade e a ingestão excessiva de sal continuam sendo fatores determinantes para o desenvolvimento da doença.
O impacto no sistema de saúde é significativo. Mais atendimentos exigem maior número de profissionais, estrutura de acompanhamento e disponibilidade de medicamentos, o que pressiona a rede pública. Para a população, os números são um alerta para a necessidade de prevenção e controle contínuo, uma vez que a hipertensão não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado e mudanças de estilo de vida.
Autoridades de saúde reforçam a importância da adesão ao tratamento e do acompanhamento regular, já que muitas vezes a doença é silenciosa. Também destacam o papel da atenção primária no monitoramento, na educação em saúde e na orientação sobre práticas que podem reduzir os riscos, como a prática de atividade física, alimentação equilibrada e abandono do tabagismo.
O cenário demonstra a urgência de políticas públicas voltadas tanto para o atendimento quanto para a prevenção, com foco em campanhas educativas, maior acesso a exames e fortalecimento da atenção básica em todas as regiões do estado.