Fato mais importante desde o início da crise do coronavírus para a região do Vale do Rio Tijucas é a instalação de 10 leitos de UTI no Hospital Imaculada Conceição em Nova Trento.
Com mais de 100 mil habitantes e quatro hospitais, até aqui os municípios do Vale transferem seus pacientes mais graves para hospitais das Capital. Por vezes, o tempo de espera para transferência custa a vida de nossa gente.
Hospitais da região comportam-se como grandes “Prontos Atendimentos”, sem capacidade e know-how para casos complexos. É comum que helicóptero e ambulâncias façam o trabalho de manter pacientes graves vivos, até chegarem em uma Unidade de Terapia Intensiva de referência.
São João Batista, por exemplo, oferece cirurgias de média complexidade e maternidade, no mesmo cenário da unidade hospitalar de Canelinha. Já em Tijucas a situação é ainda mais caótica. O município mantém um Pronto Atendimento 24 horas, e ajuda financiar um hospital privado, que também não consegue absorver os casos mais complexos.
Os governos investem em obras de infraestrutura caríssimas e nem sempre tão necessárias. Essenciais são construções de hospitais públicos e investimentos em profissionais, equipamentos, leitos de UTI e medicamentos.
É fato que o agravamento da Covid-19 em Santa Catarina e no Vale, tornou a oferta de leitos de UTI irremediável. Mas, será uma herança positiva para os atendimentos em saúde para os moradores daqui. Nova Trento passará a ser a referência para os cinco municípios e poupara tempo e vidas.
Já de imediato dezenas de vidas poderão ser salvas. Nas últimas duas semanas os leitos de UTIs na capital estão lotados, e o tempo de espera para abertura de vagas ou transferência, ultrapassam as 12 horas. Na briga contra o relógio, ter equipamentos e equipes especializadas nos nossos hospitais é fundamental.
Investimentos que são cobrados durante anos, aparecem agora em meio à crise da Covid. Nunca é tarde para os gestores públicos entenderem onde realmente estão as prioridades. A vida do cidadão deve estar acima de qualquer projeto faraônico. Investimentos maciços na saúde pública precisam ser obrigatórios daqui pra frente. A sociedade precisa impor aos governantes novas prioridades.