Pagamentos do Governo do Estado aos municípios está sete meses atrasados e já somam mais de R$ 101 milhões, o que deve gerar problemas no fechamento das contas da Saúde e até mesmo na prestação de serviços a população. Nesta quinta-feira (13), secretários de saúde da região abandonaram uma reunião com o gestor estadual, João Paulo Kleinubing, após ele afirmar que não tinha previsão para os pagamentos.
De acordo com o agente administrativo da Secretaria de Saúde de Major Gercino, Marcos Marcelino, a situação é crítica e deverá atingir os novos prefeitos que vão assumir em janeiro. “Em Major estamos trabalhando com economias, mas não se sabe como será daqui pra frente, caso o Governo do Estado siga com os atrasos. Os novos prefeitos terão dificuldades”, afirma. Alguns gestores chegaram a sugerir durante a reunião da Comissão Bipartite (CIB) em Florianópolis, o fechamento de unidades de saúde.
Situação delicada que já afeta os municípios do Vale do Rio Tijucas. Em Canelinha o ponto facultativo foi prolongado do feriado de terça-feira (12) até esta sexta-feira (14), com todas as unidades de saúde fechadas. Segundo informações apuradas pela reportagem da Super FM, a previsão é que as atividades sejam retomadas na segunda-feira (17), mas em horário reduzido das 7h às 13h.
“Os municípios não conseguem mais manter as estruturas, e sem o repasse correto do Governo do Estado, todos os serviços oferecidos ao cidadão são comprometidos. Não há o que ser feito”, relata Marcos Marcelino. Ele explica que além do atraso dos repasses nos últimos sete meses, o Estado também está deixando de enviar insumos que são importantes para o atendimento à população.
Uma mobilização de secretários e técnicos das secretarias de saúde dos municípios foi marcada para o dia 25 de outubro no Centro Administrativo do Governo do Estado na Capital. Os gestores municipais vão cobrar o pagamento dos valores financeiros e a normalização dos fornecimentos de insumos a serem descentralizados aos municípios. O presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (CosemsSC), Sidnei Bellé, solicitou que as regiões organizassem caravanas para dar força a mobilização.