Operação realizada pela Diretoria de Investigações Criminais (Deic) continua repercutindo, com a detenção do comandante da Polícia Militar de São João Batista, tenente Paulo Renato Farias, que tentou acompanhar entrevista coletiva nesta terça-feira (14) em Florianópolis. Em nota a Associação de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina manifestou seu descontentamento com a forma como Policiais Civis da DEIC trataram o comandante, “impingindo infração penal que não existiu e utilizando argumentos inverídicos”.
Na nota a Associação afirma que ação da DEIC colocou em grande risco não somente pessoas daquela comunidade e os Policiais Militares que foram pegos de surpresa com a troca de tiros, mas principalmente os próprios Policiais Civis que participaram da operação, já que em dada situação não é possível diferenciar quem é o “mocinho” e quem é o “bandido”. “Infelizmente brigas e ranços pessoais estão interferindo na prestação do serviço à sociedade, e poderão gerar outros fatos desnecessários entre as instituições”, diz o texto assinado pela diretoria.
O comandante da Polícia Militar de São João Batista, Paulo Renato Farias, está sob custódia da própria corporação em um batalhão em Balneário Camboriú. Ele foi detido após tentar acompanhar coletiva de imprensa do Deic na manhã dessa terça. Paulo está descontente pelo fato dá PM local não ter sido comunicada sobre a operação do Deic na madrugada de sábado no Banco do Brasil.
Em entrevista a Super FM na segunda-feira, o comandante afirmou que ação poderia ter resultado em uma tragédia, já que sem informações os policiais militares foram em direção a Praça Valter Vicente Gomes com o início do tiroteio. Por pouco policiais militares e civis não entraram em confronto, já que o Deic estava de campana.
Nesta quarta-feira, ele será levado de volta até Florianópolis, onde participa de uma audiência de custódia às 14 horas. O tenente foi detido após discutir com policiais civis e ter se negado a assinar um termo circunstanciado. A prisão teria ocorrido por desacato e desobediência.
Em entrevista ao Diário Catarinense, o coronel Cláudio Roberto Koglin, comandante da 3ª RPM, que abrange a cidade de São João Batista, informou que o tenente Paulo Renato Farias deve continuar no comando da PM no município. No entendimento do coronel, o episódio não desqualifica a conduta do oficial. Até segunda ordem do comando-geral, diz o coronel, não deve haver mudanças.
SIGILO
Apesar do Deic afirmar na coletiva que pretendia manter o sigilo da operação e evitar que rádio da PM fosse interceptado, na sexta-feira já circulavam informações. Quatro horas antes da ação no Banco do Brasil um popular postou aviso em grupo de whatsapp.
LEIA NOTA NA INTEGRA
“A Associação de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina vem a público manifestar seu descontentamento com a forma como Policiais Civis da DEIC trataram um Oficial da Polícia Militar, impingindo infração penal que não existiu e utilizando argumentos inverídicos.
Os aspectos que envolveram a prisão do Oficial da Polícia Militar serão solucionados rapidamente, pois o Oficial não cometeu crime algum. Sua postura foi tentar entender o porquê, como Comandante do Pelotão da Polícia Militar no município de São João Batista, não foi informado de que a DEIC faria uma operação naquele município para a captura de uma quadrilha de assaltantes de banco fortemente armados.
A ação da DEIC colocou em grande risco não somente pessoas daquela comunidade e os Policiais Militares que foram pegos de surpresa com a troca de tiros, mas principalmente os próprios Policiais Civis que participaram da operação, já que em dada situação não é possível diferenciar quem é o “mocinho” e quem é o “bandido”.
Infelizmente brigas e ranços pessoais estão interferindo na prestação do serviço à sociedade, e poderão gerar outros fatos desnecessários entre as instituições. A ACORS não coaduna com essa forma de agir da DEIC, pois a única prejudicada será a sociedade, a qual juramos servir, e buscará na Justiça os direitos do Oficial pelo constrangimento que passou”.