Com cartazes e palavras de ordem, mais de mil pessoas se concentraram nas ruas do centro de São João Batista, pedindo mais segurança. Carros de som acompanharam todo o protesto, que iniciou no Posto Lírio do Vale. As duas pontes foram bloqueadas pelos manifestantes. O trânsito na região que concentra o comércio ficou impedido.
Manifestação foi marcada após onda de assaltos que atinge a Capital Catarinense do Calçados desde a sexta-feira (4). De acordo com informações da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), só nas últimas semanas mais de 20 estabelecimentos comerciais foram alvo dos criminosos. O principal pedido dos manifestantes foi o aumento no efetivo da Polícia Militar e Civil.
Atualmente 16 policiais militares estão destacados para São João Batista. Em serviço só dez, já que seis estão afastados por atestado médico. Por plantão, a cidade conta com somente dois policiais para garantir a segurança de 32 mil habitantes. Na Delegacia de Polícia Civil, além dos problemas de infraestrutura do prédio, com lonas cobrindo o telhado, só quatro policiais estão trabalhando.
O setor de investigação da Civil está desarticulado, já que os policiais estão sendo deslocados para o registro de ocorrência. Município que já teve dois delegados, até o primeiro semestre de 2015, agora é comandado pela Delegada Rose Serafim. No mês de novembro foram registrados cinco mil boletins de ocorrência na cidade. Com as investigações prejudicadas, resposta ao crime não acontece.
Na manhã de quinta-feira (10), grupo de batistenses se reuniu com o secretário de Estado da Segurança Pública, César Grubba, que afirmou não ter “policiais estocados no almoxarifado”. De efetivo a promessa de Grubba em acelerar a reforma da Delegacia. Para os representantes do movimento por segurança, no entanto, a medida não é suficiente para contra-atacar a ação dos criminosos.
“Se precisar vamos alugar 20 ônibus e levar a população para frente da Secretaria de Segurança Pública”, afirmou na manhã desta sexta o presidente do CDL, Gabriel Dias. Já para o empresário Betinho Souza, a mobilização da sociedade deve continuar até que o Estado de uma resposta efetiva para a comunidade.
O protesto por segurança em São João Batista fez com que grande parte do comércio local ficasse com as portas fechadas. O tom dramático da reivindicação foi ditado pelo sequestro do empresário João Gonçalves, sogro do prefeito Daniel Cândido, na tarde de quinta-feira. “São João Batista pede socorro. Socorro”, diz Betinho.
Fotos: Drica Soares