
A Câmara dos Deputados vive uma semana decisiva com a previsão de votação, ainda nesta quarta-feira (25), da proposta que prevê o aumento do número de cadeiras na Casa. A medida vem sendo debatida com intensidade entre parlamentares e especialistas, reacendendo discussões sobre representatividade, orçamento público e o equilíbrio entre os entes da federação.
A proposta, que tramita em regime de urgência, pretende ampliar o número de deputados federais dos atuais 513 para até 573. A justificativa central é a adequação à evolução populacional brasileira com base nos dados mais recentes do Censo do IBGE. Estados como Pará, Amazonas, Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás seriam alguns dos beneficiados com mais cadeiras, enquanto outros permaneceriam com as mesmas representações.
Divisão entre parlamentares
A medida divide opiniões dentro do próprio Congresso. Defensores argumentam que o aumento é necessário para garantir uma representação proporcional e mais justa, conforme o crescimento da população em diversas regiões do país. Para eles, manter o número atual seria uma distorção na democracia representativa, com estados superpopulosos sendo sub-representados.
Por outro lado, os críticos afirmam que a proposta vai na contramão da busca por eficiência e contenção de gastos públicos. Eles destacam que a ampliação do número de parlamentares geraria custos adicionais com salários, assessores, estrutura e benefícios, em um momento em que há forte pressão por responsabilidade fiscal.
Impacto nas eleições de 2026
Caso aprovada ainda em 2025, a mudança poderá valer já para as eleições gerais de 2026, o que eleva ainda mais o interesse político em torno da pauta. A nova distribuição de vagas também poderá impactar diretamente na correlação de forças entre os estados e partidos, tanto na Câmara quanto nas articulações para o Executivo.
Reações da sociedade civil
Entidades da sociedade civil e especialistas em ciência política manifestaram preocupações com o momento da proposta. “Não se trata apenas de um número maior de cadeiras. É fundamental garantir que essa alteração venha acompanhada de transparência, revisão nos critérios de distribuição e compromisso com a responsabilidade fiscal”, afirmou a pesquisadora Ana Cláudia Leite, do Instituto de Estudos Legislativos.
Próximos passos
O presidente da Câmara, Arthur Lira, indicou que a votação poderá ocorrer ainda nesta semana, após as últimas rodadas de negociação com os líderes partidários. Caso o texto seja aprovado, seguirá para análise do Senado Federal.
A semana promete ser de intensos debates, com possível impacto significativo na estrutura política nacional.